30 julho, 2025
quarta-feira, 30 julho, 2025

Da terra devastada à floresta em pé, com Sebastião Salgado


Compartilhe

Floresta restaurada

Ao retornar a Brasília, após uma visita à Amazônia, me deparo com um dos livros de Sebastião Salgado na estante. A emoção é instantânea; suas imagens têm o poder de tocar a alma e revelam a sensibilidade deste renomado fotógrafo, cuja presença sentimos profundamente após sua perda este ano.

Essa reflexão me leva a revisitar o documentário O Sal da Terra (2015), dirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, filho de Sebastião. O filme narra não apenas a trajetória do fotógrafo, mas também a história inspiradora da regeneração da fazenda da família Salgado, situada no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Transformando uma terra estéril em um vibrante ecossistema, essa jornada é fruto do esforço incansável de Sebastião e Lélia Wanick Salgado.

Nos anos 90, ao retornar ao Brasil, Sebastião reencontra sua infância em meio a um cenário devastador: solo árido, árvores extintas e nascentes secas. O que um dia foi uma floresta rica em vida agora mostrava as cicatrizes de um colapso ecológico. Determinados a mudar esse quadro, ele e Lélia decidiram recomeçar, fundando o Instituto Terra com a missão de restaurar a Mata Atlântica em Aimorés.

O casal enfrentou o desafio de recuperar mais de 600 hectares totalmente degradados. Vinte e cinco anos depois, o resultado é surpreendente: mais de 2,7 milhões de árvores nativas plantadas. Onde antes reinava o cinza, agora surge uma floresta tropical vibrante, repleta de nascentes, fauna diversificada e uma biodiversidade que renasceu.

Transformado em referência internacional em restauração de biomas, o Instituto Terra colabora com órgãos multilaterais e cientistas, buscando soluções para um problema urgente: as mudanças climáticas e a drástica perda de biodiversidade. Em um país onde o desmatamento avança, a experiência de Sebastião e Lélia é uma demonstração palpável de que a mudança é possível.

Com entusiasmo, Sebastião falava sobre essa transformação, um sentimento que Lélia também compartilhava. Em uma de suas memórias mais tocantes, ela relata: “O mais bonito foi sentir o som da floresta voltando. Um dia, ouvimos o canto de um pássaro que não escutávamos há 30 anos e ele nos disse: a vida voltou.” E realmente, a vida voltou.

Assistir ao documentário O Sal da Terra no Globoplay é uma experiência imperdível que aprofunda essa história emocionante e inspiradora.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você