
Na última sessão da semana, o dólar fechou em leve alta de apenas 0,1%, negociado a R$ 5,548, após ter enfrentado um dia de intensa movimentação. Apesar da queda de algumas moedas emergentes, os investidores permanecem atentos ao novo tarifaço comercial anunciado pelo presidente Donald Trump, que traz incertezas para o mercado global e, especialmente, para o Brasil.
O destaque desta sexta-feira (11/7) também ficou por conta dos dados do setor de serviços, revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor registrou uma leve alta de 0,1% em maio, que, embora positiva, veio abaixo das expectativas do mercado que esperavam um crescimento de 0,4%.
Dólar
- A moeda norte-americana terminou a sessão cotada a R$ 5,548, após atingir um máximo de R$ 5,592 durante o dia.
- Em comparação, na véspera, o dólar já havia mostrado um aumento de 0,72%.
- Nos primeiros dias de julho, a moeda acumulou um ganho de 2,1%, embora apresente uma perda de 10,2% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda de 0,45%, atingindo 136,1 mil pontos.
- Essa queda é reflexo das incertezas econômicas provocadas pelas novas tarifas, além de um desempenho semelhante no pregão anterior.
- A Bolsa acumula perdas de 1,97% no mês, mas ainda apresenta um ganho de 13,23% no ano.
Tarifas de Trump
Recentemente, Trump anunciou uma tarifa de 35% sobre produtos canadenses, justificando a medida como uma ação contra a suposta facilitação da entrada de drogas nos EUA. Tal decisão, que começará a valer a partir de 1º de agosto, ecoa a tarifa de 50% que o presidente impôs também ao Brasil. Em cartas endereçadas a líderes, Trump ameaçou aumentar essas tarifas caso haja retaliação por parte dos países afetados.
Os impactos dessa política podem ser sentidos globalmente, especialmente na Europa, onde as expectativas positivas sobre acordos comerciais já não parecem tão promissoras. As principais bolsas de valores europeias encerraram a semana em baixa, refletindo as incertezas em relação a possíveis novas tarifas.
A Resposta de Lula
O governo Lula já reagiu ao tarifaço desses impostos. Em entrevista ao Jornal Nacional, Lula afirmou que, caso não haja uma solução, o Brasil pode utilizar a Lei da Reciprocidade Econômica para estabelecer tarifas semelhantes a partir de agosto. Ele destacou a importância de buscar novos mercados para reduzir a dependência do comércio americano.
Durante um evento no Espírito Santo, Lula criticou abertamente a ação de Trump, sugerindo que a retaliação dos EUA está ligada a interesses internos, como a proteção do ex-presidente Jair Bolsonaro. O tom firme do presidente brasileiro expressa uma determinação de não ceder às pressões externas e reafirma o desejo de respeito nas relações internacionais.
Setor de Serviços
Os dados do setor de serviços mostraram um crescimento robusto, com um aumento de 3,6% em comparação ao mesmo mês do ano anterior e um acumulado de 2,5% nos primeiros cinco meses de 2025. Contudo, a baixa em maio sugere que a recuperação, embora presente, ainda enfrenta desafios. O setor já se encontra 17,5% acima do nível pré-pandemia, mostrando sinais de resiliência.
Análise do Mercado
O especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad, afirma que as tensões comerciais globais e as incertezas fiscais internas continuam a impactar o mercado. As ameaças de tarifas adicionais aumentaram a aversão ao risco, com a demanda por dólar crescendo conforme a situação se torna mais volátil. A valorização de commodities como petróleo e minério de ferro, no entanto, trouxe algum alívio ao longo da sessão.
O panorama financeiro atual exige cautela e uma atenção especial às movimentações globais e políticas, uma vez que elas podem influenciar diretamente a economia brasileira. O que você acha dessas tarifas e da resposta do governo brasileiro? Deixe sua opinião nos comentários!