Durante os últimos meses, o Brasil tem testemunhado uma tragédia alarmante: a morte de centenas de cavalos em decorrência da ração contaminada da Nutratta Nutrição Animal Ltda. Após quatro meses de angústia e lamento, a empresa finalmente rompeu o silêncio, reconhecendo a possível presença de um composto tóxico em seu produto. Em um comunicado enviado ao Metrópoles, a Nutratta confirmou a investigação em curso e alertou para a potencial existência da monocrotalina, derivada de plantas do gênero Crotalaria, frequentemente utilizadas como fertilizante.
O desespero se espalha entre criadores. “Lamentamos profundamente os casos de intoxicação e mortes associadas ao nosso produto”, afirmou a Nutratta, destacando as medidas emergenciais adotadas para conter a crise. Entre as ações estão a suspensão da ração no mercado e o reforço nos controles laboratoriais. Em meio a essa luta por soluções, a indignação dos criadores cresce. A advogada Maria Alessandra Agarussi, que representa muitos desses criadores, relatou que o número de mortes chega a 788 em todo o país. Enquanto isso, mais de 500 animais estão em tratamento.
Nos haras e centros de treinamento, o sofrimento é palpável. Marcos Barbosa, proprietário do haras Dia de Sol em Guarulhos, vivenciou a perda de nove cavalos desde maio, com dois falecendo apenas no início de julho. “Meu coração está anestesiado”, disse, expressando o desespero ao ver seus animais agindo de forma estranha, como se estivessem em sofrimento. O testemunho de Barbosa é apenas um entre muitos, revelando uma crise que vai além da saúde animal; é um verdadeiro pesadelo para criadores em todo o Brasil.
A situação é tão grave que o Ministério da Agricultura suspendeu a comercialização das rações fabricadas desde 8 de março de 2023, quando o número de mortes registradas era ainda baixo. O recolhimento dos produtos destinados a equídeos foi determinado, e as investigações buscam esclarecer a extensão do problema. A complexidade do caso é acentuada pela evolução dos sintomas nos animais, que podem levar a diagnósticos tardios, dificultando as operações de fiscalização.
Enquanto a Nutratta tenta restabelecer a confiança dos consumidores e o governo se empenha em entender a gravidade da situação, a pergunta ainda ecoa: como podemos proteger nossos amados animais e evitar que essa tragédia se repita? Compartilhe suas opiniões e experiências sobre este caso ou relate como você está lidando com essa situação em sua comunidade nos comentários abaixo. Sua voz é fundamental nesse momento crítico.