28 julho, 2025
segunda-feira, 28 julho, 2025

Exclusivo: registro indica esquema na PM para fraudar câmera corporal

Compartilhe

Em uma revelação impressionante, um esquema de manipulação dentro da Polícia Militar de São Paulo foi exposto, envolvendo fraudes nas gravações das câmeras corporais. A plataforma Evidence, utilizada para armazenar essas imagens, permite a um usuário anônimo deletar registros, levantando sérias preocupações sobre a integridade das provas coletadas.

O Metrópoles teve acesso a documentos que revelam que uma major da polícia, Adriana Leandro de Araújo, seria a responsável por eliminar as gravações do homicídio de Joselito dos Santos Vieira, que ocorreu em 9 de março de 2024 durante a Operação Verão em Santos. Apesar da versão oficial de um confronto armado, familiares contestam a narrativa, alegando que Joselito não estava armado.

Seis policiais estavam na cena, incluindo o coronel Gentil Epaminondas Carvalho, um dos altos comandantes da PM. Informações indicam que a major Adriana manipulou o sistema para proteger os envolvidos, alterando dados cruciais que dificultariam qualquer pesquisa futura sobre o caso.

Bruno Dias, especialista em provas digitais e responsável pela implementação do sistema, afirmou que qualquer policial qualificado pode alterar permissões e até excluir vídeos, criando um ambiente propenso a fraudes. “A vulnerabilidade do sistema é alarmante”, explicou. “É fácil apagar ou modificar dados, o que compromete a legitimidade das gravações como provas”.

“Você pode apagar vídeos avulsos ou em massa, mudar datas e atribuições. Isso é grave”, complementou Dias.

Destacamos que no dia 10 de março de 2024, a gravação da câmera do soldado Thiago da Costa Rodrigues foi incrivelmente acessada e tive suas informações alteradas por Adriana, que atribuiu a gravação a um usuário anônimo. Essas manobras sem precedentes levantam sérias dúvidas sobre a capacidade de manter a cadeia de custódia e validade dos registros de vídeo.

O especialista em cadeia de custódia, Sergio Hernandez, criticou a confiabilidade do modelo da Axon, afirmando que é impossível garantir que as gravações apresentadas como provas são genuínas, devido à falta de proteção no processo de coleta e armazenamento. Ele afirma que “um sistema que permite edição não pode ser considerado confiável.”

As câmeras corporais, introduzidas em São Paulo em 2021, inicialmente mostraram-se promissoras, mas agora enfrentam críticas severas, especialmente após recentes contratos com novos fornecedores que não oferecem a mesma eficácia tecnológica. Para especialistas, essa mudança representa um retrocesso significativo nas tentativas de aumentar a transparência nas operações policiais.

Questionada sobre o caso, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) caminhou em direção a uma investigação rigorosa, reafirmando seu compromisso com a legalidade e a transparência. Contudo, a falta de resposta da major Adriana e do coronel Carvalho gera ainda mais incertezas sobre a responsabilidade e comprometimento em esclarecer os fatos.

O que você pensa sobre essa situação? Acredite que haverá responsabilidade e mudança real dentro da corporação? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua opinião.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você