Conhecido por sua abordagem progressista e reflexiva da fé cristã, o pastor Ed René Kivitz, da Igreja Batista de Água Branca, voltou a chamar atenção por suas declarações durante entrevista concedida ao jornalista Leandro Demori, no programa DR com Demori, transmitido pela TV Brasil.
Mestre em Ciências da Religião, Kivitz defendeu uma releitura atualizada das Escrituras e apontou o afastamento histórico entre o cristianismo institucional e a essência da mensagem de Jesus.
Ao analisar o cenário religioso contemporâneo, o teólogo criticou o fundamentalismo e alertou para os perigos da interpretação bíblica fora de contexto.
Segundo ele, aplicar preceitos antigos a realidades modernas sem considerar as transformações sociais e culturais ao longo dos séculos é um equívoco que compromete a fé autêntica.
“A leitura literal da Bíblia não se sustenta. Jesus dizia: ‘Se o olho te faz pecar, arranca-o’. Mas não conheço ninguém, nem mesmo líderes da Igreja, que leve isso ao pé da letra”, observou Kivitz, reforçando que muitos mandamentos do Antigo Testamento tinham caráter sanitário ou civil e não devem ser replicados de forma anacrônica.
Durante a conversa, Kivitz foi questionado sobre como Jesus Cristo seria recebido atualmente. Ele não hesitou em responder que o Messias estaria distante das esferas de poder e mais próximo dos marginalizados.
“Jesus seria alguém das periferias, um excluído que enfrentaria o sistema. Ele não era aceito pelo rei, nem pelas lideranças religiosas, mas era acolhido pelo povo”, afirmou.
O pastor também fez uma análise histórica da evolução da fé cristã desde o período do Império Romano. Para ele, o que começou como uma mensagem de libertação se transformou, com o tempo, em um instrumento de dominação.
“O evangelho é a boa nova aos pobres. Já o cristianismo institucionalizado se aliou ao poder, ao dinheiro e até ao aparato militar”, criticou.
Kivitz defende que a leitura da Bíblia deve levar em conta as mudanças da sociedade. Ele citou exemplos como leis que obrigavam mulheres estupradas a se casarem com os agressores, ou a pena de morte por apedrejamento em casos de adultério.
“Atualizar a Bíblia não é corrigir Deus. É compreender o que o texto dizia àquela geração e o que ele pode significar no mundo de hoje”, explicou.
Fonte: Agência Brasil
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