O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) acaba de entrar para a história em sua 58ª edição, realizada na última sexta-feira (12/9). Com a sala Vladimir Carvalho do Cine Brasília lotada, a estreia local de O Agente Secreto, estrelado por Wagner Moura, marcou uma noite repleta de emoções e homenagens. O diretor Kleber Mendonça Filho ressaltou a importância do festival como uma narrativa contínua da história do Brasil, onde o cinema se torna um poderoso meio de discussão e reflexão.
1 de 3 – O Agente Secreto abre o 58º Festival de Brasília
KEBEC NOGUEIRA/METROPOLES
2 de 3 – Maria Fernanda Cândido
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3 de 3 – Kleber Mendonça Filho no 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
KEBEC NOGUEIRA/METROPOLES
Apresentada como uma reflexão sobre a ditadura militar brasileira, O Agente Secreto não apenas encantou a plateia com uma narrativa envolvente, mas também esgotou os ingressos para suas duas exibições. Com 2 horas e 40 minutos de duração, o filme retratou a vida de Marcelo, um personagem marcado por vivências profundas e semelhantes às de muitos brasileiros.
Durante seu discurso, Kleber compartilhou uma revelação. A princípio, ele acreditava que estava criando um filme de época, mas logo percebeu que sua obra reflete a realidade do Brasil nos últimos 10 anos. Ele expressou a esperança de que o atual panorama nacional sinalize um futuro mais promissor e fez uma breve alusão à recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Felizmente, estamos em um momento muito melhor agora, especialmente com o que aconteceu esta semana”, afirmou.
A secretária de audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, também se uniu ao discurso político, celebrando um voto do Supremo Tribunal Federal que garantiu a condenação do ex-presidente. Ela lembrou que os 80 filmes exibidos durante o festival são frutos de políticas públicas, reforçando a importância da cultura como reflexo e resistência da sociedade.
Vladimir Carvalho, um ícone do cinema brasileiro, foi homenageado em uma noite que transbordava emoção. Joelma revelava que Carvalho sempre andou acompanhando o que ele chamava de três senhoras: memória, história e democracia. “Estava preocupado que muitos se esquecessem delas”, destacou.
“Hoje, queremos lembrar dele, porque ele certamente estaria aqui entre nós”, completou.
A cerimônia ainda contou com um tributo à renomada Fernanda Montenegro, que, embora ausente, foi lembrada através de um vídeo que destacou momentos marcantes de sua carreira. Estiveram também no palco Chico Sant’Anna, que recebeu o Troféu ABCV, e se emocionou ao refletir sobre seus 29 anos de trajetória no cinema, se perguntando se realmente merecia tanta honra.
A energia daquela noite ficou gravada na memória de todos, mostrando que o cinema não é apenas arte; é uma forma de resistência e um espelho da sociedade. E você, o que pensa sobre o papel do cinema na política e na história do Brasil? Compartilhe sua opinião nos comentários!