A discussão ganhou fôlego após a polêmica envolvendo a Prefeitura de Ulianópolis, no Pará. A administração municipal encomendou um vídeo institucional inteiramente feito com o Google Veo (IA) generativa do Google. Embora o material tenha sido elogiado pela qualidade técnica e agilidade de produção, causou incômodo por não envolver profissionais locais nem refletir elementos visuais da região.
Esses dois exemplos colocam em lados opostos o avanço tecnológico e a valorização da identidade cultural. Para o diretor Rod Cauhi, premiado internacionalmente por projetos que integram IA ao audiovisual, a chave está na intenção e na sensibilidade de quem conduz o processo:
“A diferença está no olhar de quem dirige, e não na ferramenta em si.”
Segundo Cauhi, a IA, assim como o CGI e os efeitos visuais tradicionais, é apenas uma linguagem entre tantas. Seu potencial é enorme inclusive para democratizar o acesso à criação audiovisual, mas exige direção artística, responsabilidade e consciência cultural.
No Brasil e no mundo, o uso da IA em campanhas tem crescido de forma acelerada, gerando entusiasmo e resistência em igual medida. Agências que apostam na tecnologia defendem o baixo custo e a rapidez. Já artistas e profissionais do setor alertam para o risco de homogeneização estética e exclusão de vozes criativas.