Marcos Antônio Jorge Junior, de 46 anos, morreu nessa quinta-feira (2/10) por intoxicação por metanol. Ele foi a segunda morte confirmada na capital e, assim como a primeira vítima — o empresário Ricardo Lopes Mira –, bebia em um bar na Mooca, zona leste de São Paulo.
Moradores do bairro disseram ao Metrópoles que os dois eram amigos e faziam parte de um grupo de “companheiros” que costumavam sair para ingerir bebidas alcoólicas em um bar na região. Os amigos relataramque estão bastante abalados, mas também preocupados com o destino do estabelecimento, onde as vítimas teriam ingerido vodca adulterada em momentos distintos.
1 de 4
Marcos Antônio foi a segunda vítima confirmada em casos relacionados ao metanol
Reprodução/ Redes Sociais
2 de 4
Marcos Antônio Jorge Junior, de 46 anos, vítima da intoxicação por metanol
Reprodução/ Redes Sociais
3 de 4
Empresário era bebedor contumaz, segundo familiar
Reprodução/Facebook
4 de 4
Ricardo Mira foi a primeira vítima do metanol confirmada
Reprodução/Facebook
Como mostrado anteriormente pela reportagem, o local fica em uma das regiões do bairro que reúnem desde casas típicas de classe média até prédios de alto padrão. O bar era frequentado por profissionais liberais e gente que, mesmo obtendo crescimento financeiro nas últimas décadas, não abandonou as suas raízes e seus amigos. O lugar tem na feijoada um prato de excelência, segundo clientes.
Até o momento desta publicação, o estabelecimento está totalmente interditado, assim como outros 10 endereços, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Marcos Antônio foi velado e sepultado neste sábado (4/10), no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, zona leste de São Paulo. O amigo dele, o empresário Ricardo Mira, 54, foi a primeira morte confirmada por intoxicação por metanol no Brasil. Ricardo faleceu no dia 15 de setembro.
Mortes no estado
Até o momento desta publicação, a Prefeitura de São Paulo confirmou duas mortes causadas por intoxicação por metanol na capital paulista. Uma vítima é um homem de 46 anos que faleceu nessa quinta-feira (2/10), após dar entrada no Hospital Municipal Dr. Carmino caricchio, no Tatuapé, com sintomas de contaminação no dia 29 de setembro.
A pasta já havia confirmado uma primeira morta causada pela contaminação por metanol no dia 15 de setembro. A vítima também era um homem, mas de 54 anos. Ele apresentou sintomas no dia 9 do mesmo mês e foi atendido pela rede privada.
A secretaria municipal lamentou as duas perdas.
Nessa sexta-feira (3/10), a Prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, confirmou a abertura do protocolo para morte cerebral de Bruna Araújo, mulher de 30 anos contaminada pelo metanol.
A mulher está internada no Hospital das Clínicas da cidade. Segundo a prefeitura municipal, a condição clínica de Bruna se agravou nas últimas horas e ela se encontra em estado gravíssimo. Mais cedo, a administração municipal confirmou que exames constataram a contaminação por metanol.
A Vigilância Epidemiológica de São Bernardo do Campo já recebeu 30 notificações de suspeita por contaminação de metanol, das quais uma já foi confirmada. Quatro óbitos foram registrados e 24 pacientes são atendidos na rede hospitalar e de urgência e emergência pública e privada da cidade.
O número de mortes de intoxicação por metanol no estado de São Paulo subiu para nove – duas confirmadas na capital e sete investigadas. Dos óbitos ainda apurados, quatro são na cidade de São Paulo, dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru, no interior paulista.
Já número de casos de intoxicação por metanol no estado subiu para 162. Ao todo, 14 casos foram confirmados e 148 estão em investigação.
1 de 14
Peritos analisam destilados em SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
2 de 14
Autoridades paulistas realizam operações contra a intoxicação por metanol em bebidas
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
3 de 14
Autoridades apreenderam em um mercadinho mais de 40 garrafas de whisky, gin e vodca
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
4 de 14
Procon participa da operação também
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
5 de 14
Polícia de SP diz que investiga quatro casos de contaminação por metanol na capital e mais quatro na Grande SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
6 de 14
Um estabelecimento no Jardins, outro na Mooca, um na Vila Mariana e outro em São Bernardo foram interditados
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
7 de 14
Entre terça e quarta, foram apreendidas 800 garrafas de bebidas alcoólicas suspeitas de adulteração
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
8 de 14
Vigilância Sanitária trabalha em conjunto com a Policia Civil de SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
9 de 14
Duas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na intoxicação por metanol
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
10 de 14
Só nesta terça-feira, 112 garrafas de vodca foram apreendidas em diversos pontos da capital paulista
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
11 de 14
Os bares estão sendo interditados de maneira cautelar
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
12 de 14
Operação apreendeu 50 mil garrafas de bebidas adulteradas
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
13 de 14
Quatro estabelecimentos foram interditados e um proibido de vender bebidas alcoólicas após operação em SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
14 de 14
Vigilância Sanitária interditou alguns estabelecimentos em SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Veja números da intoxicação por Metanol em SP:
Casos e mortes
- 2 mortes confirmadas.
- 7 mortes sob investigação (sem contar as confirmadas).
- 14 casos confirmados por intoxicação por metanol em bebida adulterada.
- 148 casos em investigação de intoxicação por metanol (sem contar confirmados).
Estabelecimentos interditados e prisões
- 10 estabelecimentos interditados cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal.
- Capital: Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca, M’Boi Mirim, Cidade Dutra.
- Grande SP: Osasco (2), São Bernardo do Campo (1) e Barueri (1).
- 41 pessoas presas em todo o ano por falsificação de bebidas, 8 delas apenas nesta semana.
Tratamento de pacientes
Também nessa sexta-feira, o governo de São Paulo anunciou a compra e distribuição de 2 mil novas ampolas de álcool etílico, usado no tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. A aquisição foi realizada pela Secretaria de Estado e destinada aos centros de referência estaduais.
Um novo protocolo promete agilizar a análise dos casos. Os testes em amostras de sangue e urina devem ser concluídos em até uma hora no Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) do Departamento de Química da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP-RP).
Interdição de estabelecimentos
Em meio ao aumento de intoxicações por bebidas adulteradas com metanol, o governo estadual interditou 10 estabelecimentos suspeitos de comercializar produtos adulterados.
1 de 11
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanol
William Cardoso/Metrópoles
2 de 11
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanol
William Cardoso/Metrópoles
3 de 11
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanol
William Cardoso/Metrópoles
4 de 11
Torres Bar, na Mocca
Google Maps/Reprodução
6 de 11
Villa Jardim, em São Bernardo do Campo
Google Maps/Reprodução
11 de 11
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanol
William Cardoso/Metrópoles
Os bares e distribuidoras estão localizados nos bairros: Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca, e M’Boi Mirim, na capital, e nas cidades de Osasco, São Bernardo do Campo e Barueri, na Grande São Paulo. A ação faz parte do comitê de crise aberto pelo governo, que interdita estabelecimentos com base em ocorrências de suposta venda de bebidas adulteradas.