Homens armados abriram fogo antes do amanhecer deste sábado (18/10) contra o escritório de um candidato sunita às eleições legislativas iraquianas, deixando dois feridos. O ataque acontece três dias após o assassinato de outro candidato, informou uma fonte de segurança à AFP.
O ataque ao escritório do candidato Mouthanna al-Azzawi ocorreu na região de Youssoufia, a 25 quilômetros ao sul da capital, Bagdá, segundo a mesma fonte. Dois seguranças ficaram feridos e os agressores fugiram.
Al-Azzawi, membro do Conselho Provincial de Bagdá, condenou “firmemente o ataque covarde” em sua página no Facebook.
“Esses atos não nos impedirão de continuar servindo nosso povo. Os agressores serão punidos por seus atos, cedo ou tarde”, acrescentou o candidato, que integra uma coalizão de pequenos partidos e figuras sunitas liderada por Mouthanna al-Samarraï.
Na quarta-feira (15/10), o candidato Safaa al-Mashhadani, também membro do Conselho Provincial de Bagdá, foi morto na explosão de um artefato colocado sob seu carro em Tarmiya, a 40 quilômetros ao norte da capital.
Ele concorria às eleições legislativas sob a bandeira de uma das maiores coalizões sunitas participantes nas eleições de 11 de novembro, liderada por Khamis al-Khanjar e pelo presidente do Parlamento, Mahmoud al-Mashhadani.
Essa coalizão denunciou um “crime covarde” que, segundo ela, faz parte de uma “política de exclusão e traição conduzida por forças armadas fora de controle que buscam silenciar vozes nacionais livres”.
Investigação sobre o ataque
O primeiro-ministro do Iraque, país de maioria xiita, Mohamed Chia al-Soudani, ordenou a abertura de uma investigação sobre o atentado contra Safaa al-Mashhadani e a prisão dos responsáveis.
O Parlamento iraquiano, com 329 membros, é dominado por uma coalizão de partidos xiitas pró-Irã. As eleições de novembro serão as sextas realizadas desde a invasão americana do Iraque em 2003, que derrubou o presidente Saddam Hussein.
Segundo o sistema de partilha de poder vigente desde então, o cargo de primeiro-ministro é tradicionalmente ocupado por um muçulmano xiita, o de presidente por um curdo e o de presidente do Parlamento por um muçulmano sunita.