16 setembro, 2025
terça-feira, 16 setembro, 2025

Netflix é criticada por “apagar” Goiânia de série sobre Césio-137

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Em maio, a Netflix surpreendeu a todos ao anunciar a produção da série Emergência Radioativa, que revisita o trágico acidente com Césio-137, que devastou Goiânia em 1987. No entanto, a decisão de gravar a maior parte das cenas em São Paulo gerou descontentamento entre os moradores e o Conselho Municipal de Cultura de Goiânia. Em uma carta aberta, o conselho expressou sua “profunda insatisfação”, ressaltando a importância de contar a história no próprio local onde a tragédia ocorreu.

“A tragédia deixou marcas que ainda fazem parte do cotidiano e da identidade de nossa cidade. Ignorar o lugar onde tudo aconteceu é desprezar a memória do povo que viveu essa experiência dolorosa”, afirmaram.

O acidente, que se originou da irresponsabilidade com um aparelho hospitalar desmontado em um ferro-velho, resultou na liberação de 19 gramas de Césio-137. Este evento é considerado o maior acidente radiológico fora de uma usina nuclear, com quatro mortes confirmadas e mais de mil pessoas afetadas. Não é apenas um marco trágico, mas uma história que ainda reverbera na cidade.

A carta do conselho também enfatiza que Goiânia tem plena capacidade para acolher produções dessa magnitude, oferecendo profissionais qualificados e infraestrutura adequada. “Trazer a filmagem para cá não seria só fazer justiça à nossa história, mas também criar empregos e fortalecer a cultura brasileira com maior representatividade”, destacam os representantes culturais.

Dirigida por Fernando Coimbra e criada por Gustavo Lipsztein, Emergência Radioativa acompanhará médicos e físicos em uma frenética corrida contra o tempo para salvar vidas durante a contaminação. O elenco conta com renomados atores como Johnny Massaro, Paulo Gorgulho e Tuca Andrada.

O conselho fez um apelo para que a Netflix reverta a escolha e dê a Goiânia o espaço que merece: “Contem essa história aqui, onde ela nasceu e ainda pulsa”, enfatizam.

Até o momento, a Netflix e a produtora Gullane não se manifestaram sobre o assunto. Agora, a pergunta que fica é: o que você pensa sobre essa discussão? Deixe seu comentário e participe dessa importante conversa cultural.

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