
Em 21 de agosto de 1989, o Brasil perdeu um ícone do rock: Raul Seixas, que partiu aos 44 anos, envolto em sombras que sua luz nunca poderia apagar. Sua ex-esposa, Kika Seixas, relata em seu livro Coisas do Coração os desafios de lidar com a vida de um artista marcado por excessos, distante da família e dos amigos.
Kika compartilha momentos de aflição, ao ver Raul se transformar em alguém que mal reconhecia. O uso de drogas e o vício em álcool moldaram um novo personagem na vida do cantor: um homem que, em vez de ser o amoroso parceiro que ela conheceu, passava a ser alguém perdido numa realidade distorcida. “A cada dia que passava, a distância entre nós só aumentava”, lamenta Kika em seu relato.

Determinada a resgatar o homem por trás da máscara, Kika buscou ajuda profissional para Raul, enviando-o a clínicas de reabilitação e tratamentos. Contudo, a resistência dele em encarar sua verdadeira essência se tornou um desespero insuportável. “A bebida trazia outro Raul, um personagem que tinha que agradar ao público, mas que se afastava de quem realmente era”, reflete Kika. Quando percebeu que suas tentativas estavam se esgotando, decidiu deixar aquela situação difícil e dolorosa.
Casada com Raul entre 1979 e 1984, Kika Seixas não apenas foi sua companheira, mas também mãe de Vivian, a filha do casal. O livro de Kika, lançado em 2021, não é apenas uma autobiografia, mas um verdadeiro retrato da vida de um dos maiores expoentes da música brasileira, repleto de documentos e fotos inéditas.
Raul Seixas, um verdadeiro revolucionário musical, tornaria-se conhecido como o “pai do rock brasileiro”. Sua fama transcendeu gerações, e sua influencia ressoou nas letras que mesclavam rock com ritmos brasileiros, abordando temas sociais e políticos. O seu álbum Krig-ha, Bandolo!, lançado em 1973, catapultou sua carreira, levando à criação de clássicos como Metamorfose Ambulante e Tente Outra Vez. Raul Seixas conquistou o coração de muitos e deixou um legado imortal.
Infelizmente, sua jornada se viu interrompida por problemas de saúde, culminando em uma pancreatite crônica que resultou em sua morte precoce. O abuso de substâncias e questões como diabetes e hipertensão contribuíram significativamente para sua fragilidade. Kika, em seu relato, revela como esses aspectos impactaram não apenas a vida de Raul, mas também a de todos ao seu redor.
A história de Raul Seixas é tanto uma celebração de sua arte quanto um lembrete da fragilidade da vida. Ao encerrarmos, refletimos sobre como a busca pela autenticidade pode ser desafiadora em um mundo que muitas vezes exige que vestimos máscaras. E você, o que pensa sobre a busca pela verdadeira essência diante das pressões externas? Compartilhe sua opinião abaixo!