
Recentemente, uma ONG que recebeu bilhões em emendas de vereadores de São Paulo se tornou centro de controvérsia ao destinar R$ 70 mil de verbas públicas para o aluguel de um gerador. O recurso foi usado para proteger Playstations avaliados em cerca de R$ 3 mil, utilizados em um projeto social que oferece aulas de videogame para jovens em situação vulnerável.
A Federação Estadual das Ligas de Esportes Amadores do Estado de São Paulo (Felfa-SP), que já recebeu mais de R$ 8,5 milhões da prefeitura, representou esse projeto ao ser contemplada com uma emenda de R$ 300 mil do vereador Marcelo Messias (MDB) para a realização do evento Fifa Pro E Sports 6. Com essa quantia, a entidade gastou uma parte significativa em aluguel de um gerador para evitar danos aos equipamentos. O projeto, que ocorreu entre maio e agosto do ano passado, beneficiou 320 jovens, mas, ironicamente, os videogames usados foram alugados, gerando custos elevados.
Na prestação de contas da ONG, ficou registrado que o aluguel de 10 Playstations 4 custou R$ 63 mil, um valor que se revela exorbitante se comparado ao custo de aquisição, que permitiria a compra de até 20 equipamentos novos que poderiam ser utilizados em futuras edições do projeto. Além disso, a locação do gerador, por R$ 2,2 mil por dia, levanta questionamentos sobre a eficiência do uso de recursos públicos, especialmente quando o objetivo era proteger bens cujo custo unitário é consideravelmente menor.
Curiosamente, as contratações para o projeto são centralizadas em apenas uma empresa, a Dmix Produções e Eventos, que fornece serviços diversos incluindo técnicos, fotógrafos e o próprio gerador. O levantamento aponta que 96% dos R$ 300 mil da emenda foram destinados a essa única fornecedora, levantando alarmes sobre a transparência no uso dos fundos públicos.
As respostas da Felfa-SP indicam que todos os valores foram analisados e aprovados pela Secretaria Municipal de Esportes e que o aluguel dos videogames, além do uso, inclui seguro e manutenção. No caso do gerador, a entidade argumenta que sua locação garante a integridade dos aparelhos e a segurança dos participantes. Já a Dmix reafirma que opera dentro dos parâmetros definidos por órgãos públicos, enquanto a Secretaria Municipal de Esportes diz que está trabalhando em uma tabela de preços para auxiliar na fiscalização das despesas realizadas por entidades conveniadas.
Enquanto isso, o vereador Marcelo Messias ressalta seu compromisso com a transparência. Em um cenário onde a fiscalização é essencial, a sociedade observa atentamente essas movimentações no uso de recursos destinados ao projeto social. Qual a sua opinião sobre o uso de verbas públicas em situações como essa? Sua voz é importante: compartilhe seus pensamentos nos comentários!