Na última quarta-feira, 27 de agosto, um novo capítulo se desenrolou no controverso caso da morte de Guilherme Dias Santos, um marceneiro de apenas 26 anos. A Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, que é réu no caso. Guilherme foi atingido por tiros na traseira enquanto voltava do trabalho, em julho deste ano.
Fábio, preso no dia 16 de agosto, agora aguarda seu julgamento em liberdade provisória. No entanto, ele está sujeito a medidas cautelares, que incluem a obrigação de comparecer mensalmente ao tribunal, a proibição de frequentar bares ou locais que vendem álcool e a determinação de se manter afastado de testemunhas, além de ter que permanecer em casa durante a noite.
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Guilherme Dias Santos Ferreira foi tragicamente confundido com um ladrão.
Reprodução/Globo
A solicitação para a prisão do policial foi feita pelo Ministério Público de São Paulo e acatada pela Justiça em 15 de agosto. A juíza Paula Marine Konno justificou a prisão preventiva, destacando a brutalidade do crime e a “periculosidade do agente”. Segundo ela, os fatos apresentados indicavam um alto grau de periculosidade devido ao modus operandi do ato criminoso.
O promotor de Justiça Everton Luiz Zanella foi incisivo em sua denuncia, alegando que Fábio não agiu de acordo com sua função e atirou contra um trabalhador inocente em um momento de desespero. De acordo com a denúncia, o PM disparou três vezes, atingindo não apenas Guilherme, mas colocando em risco outras pessoas na via pública.
Relembre o caso do PM que matou marceneiro:
- O crime ocorreu na noite de 4 de julho, na Estrada Turística de Parelheiros, zona sul de São Paulo.
- Guilherme foi morto com um tiro na cabeça, disparado pelo policial Fábio Anderson.
- O PM alegou ter reagido a uma tentativa de roubo por um grupo de motociclistas e, confundindo Guilherme com um dos assaltantes, disparou novamente.
- Na verdade, Guilherme estava caminhando em direção a um ponto de ônibus e nada tinha a ver com a ocorrência. Após o crime, Fábio foi preso em flagrante, porém liberado imediatamente ao pagar fiança de R$ 6,5 mil.
- Contradições nos depoimentos do policial foram identificadas pelos investigadores, resultando em um pedido de prisão preventiva.
- Em 14 de agosto, o Ministério Público apresentou uma nova denúncia, pedindo a anulação da fiança e a prisão preventiva do policial.
Vídeo mostra jovem saindo do trabalho
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Guilherme Dias Santos Ferreira bateu o ponto no trabalho, às 22h23, apenas alguns minutos antes de sua morte. Assista ao vídeo: