23 julho, 2025
quarta-feira, 23 julho, 2025

Programas do Governo do Brasil transformam vidas com comida de verdade

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A fome no Brasil é uma ferida exposta, que está presente nas periferias, nos sertões secos, nos territórios indígenas e nas comunidades quilombolas. Contudo, em meio à escassez, floresce a esperança. Onde antes havia pratos vazios, agora há dignidade e geração de renda. Na essência do Plano Brasil Sem Fome (BSF), essa transformação não se limita à simples doação de alimentos; trata-se de uma teia de iniciativas integradas que conectam campo e cidade, agricultores e famílias vulneráveis. O objetivo é claro: garantir que a comida de verdade chegue a quem precisa, respeitando e valorizando aqueles que plantam, colhem e cozinham.

No município de Santarém, no Pará, conhecemos a história de Ádria Oliveira, uma mulher que carrega no corpo a trajetória da agricultura familiar. Filha de produtores rurais, Ádria é hoje uma pesquisadora que testemunhou o impacto transformador do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Esse programa transformou a vida da minha família e de inúmeras outras mulheres que, graças a ele, conquistaram autonomia e, em muitos casos, conseguiram escapar de contextos de violência doméstica”, revela.

O PAA compra alimentos diretamente de agricultores familiares e os distribui a escolas, cozinhas comunitárias e hospitais. Ádria orgulha-se das mulheres da várzea que usaram o apoio do PAA para adquirir pequenas embarcações, facilitando o escoamento de sua produção. “Isso é política pública que transforma”, afirma. O PAA vai além da simples geração de renda; ele promove a diversificação da produção e revitaliza a economia local. “Esse programa alimenta um Brasil que conecta quem produz a quem consome, garantindo produtos livres de agrotóxicos e repletos de histórias”, completa.

Doutoranda pela UFRGS, Ádria Oliveira traz para a universidade um retorno valioso às políticas públicas.

Outro pilar do Brasil que Alimenta é o Fomento Rural, que proporciona recursos financeiros não reembolsáveis e assistência técnica a famílias em situação de vulnerabilidade. Essa iniciativa possibilita aos pequenos produtores tirar seus projetos do papel, aumentar a produção e gerar renda de maneira sustentável. “Antes, as mulheres tinham dificuldade de vender e de manter a produção. Com o Fomento, começaram a investir e planejar suas atividades”, explica Ádria, ressaltando o fortalecimento da autonomia feminina e a redução de desigualdades.

A mãe de Ádria Oliveira, que, ao longo de décadas, construiu uma vida digna através do trabalho na terra e do rendimento gerado pelo programa.

Ter acesso à água é fundamental para viver com dignidade. No território da RESEX Tapajós-Arapiuns, o Programa Cisternas é um divisor de águas, proporcionando a diferença entre a escassez e a esperança. Luiza Ferreira, técnica do Projeto Saúde e Alegria, nasceu nessa região e hoje trabalha incansavelmente para levar tecnologias de acesso à água potável e saneamento às comunidades ribeirinhas. “A felicidade das pessoas que recebem uma cisterna ou um banheiro pela primeira vez é indescritível. Eu volto das visitas com a bochecha doendo de tanto sorrir com elas”, compartilha Luiza.

Luiza Ferreira, técnica de campo no Projeto Saúde e Alegria, atua na implementação do Programa Cisternas.

Na RESEX, o programa está previsto para instalar 744 tecnologias, impactando 26 comunidades. “Cada cisterna é uma semente de dignidade plantada no território”, afirma Luiza, simbolizando o início de uma mudança significativa.

À medida que o PAA planta e o Fomento Rural faz crescer, as Cozinhas Solidárias colhem o que há de mais humano: o cuidado com o próximo. Em Campinas (SP), a Cozinha São Marcos oferece quase 2 mil marmitas por semana, contando com a ajuda de voluntários e produtos adquiridos por meio do PAA. “Aqui, o primeiro prato que servimos é o afeto. A comida vem depois”, enfatiza Márcia Muniz, coordenadora da cozinha. O projeto ganhou notoriedade, sendo reconhecido pelo Papa Francisco por sua atuação durante a pandemia. “Aqui, multiplicamos arroz, feijão e dignidade”, complementa o padre Antônio, da paróquia local.

O Brasil que Alimenta nos ensina que a fome não deve ser combatida com caridade, mas com políticas públicas estruturais. Desde o acesso à água até a colheita, cada etapa represente a força de uma rede que alimenta sonhos e reconstrói vidas. Enquanto houver um prato vazio, iniciativas como o PAA, o Fomento Rural e o programa Cisternas continuarão sendo instrumentos de transformação e um lembrete de que comida é um direito inalienável.

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