Em um panorama marcado por críticas e reivindicações, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, expressou sua insatisfação com o modelo de concessão da Enel. Durante sua participação no Fórum Veja Infraestrutura, ele desafiou a continuidade do contrato com a empresa, afirmando que a falta de investimentos é a raiz dos constantes problemas no abastecimento de energia.
“Eu sou absolutamente crítico a esse contrato da Enel. Eu acho que é um contrato absolutamente ruim. Ao longo do tempo, a empresa não faz os investimentos necessários”, destacou Tarcísio.
O governador argumentou que a estrutura da concessão impede que os custos em infraestrutura sejam repassados na tarifa de energia. Essa situação compromete a modernização necessária do sistema elétrico, resultando em longas esperas para restabelecimento das energias após apagões.
“Se eu fosse titular do serviço, não prorrogaria o contrato; quebraria essa concessão em pelo menos duas partes e estabeleceria um novo contrato que realmente vinculasse os investimentos ao serviço prestado”, ressaltou.
O contrato de concessão atual, que data de 1998 e tem validade até 2028, está sob avaliação crítica. Após sucessivos apagões, a Aneel, órgão responsável, suspendeu o processo de renovação solicitado pela Enel.
A Prefeitura de São Paulo também entrou na discussão. Recentemente, a administração municipal apresentou uma Ação Civil na Justiça Federal, buscando interromper a renovação automática do contrato. A ação propõe que uma reformulação na avaliação da empresa leve em conta o histórico de falhas, especialmente as que ocorreram durante períodos de chuvas, afetando serviços essenciais como hospitais e abrigos.
A procuradora-geral do município, Luciana Sant’Ana Nardi, enfatizou que “a população não pode continuar à mercê da ineficiência” da concessionária. A ação judicial não se limita à suspensão do contrato, mas cobre um chamado à União e à Aneel para que considerem as especificidades da cidade, como sua densa arborização e os impactos das mudanças climáticas.
Por sua vez, a Enel se defende, afirmando que tem investido para aprimorar o serviço. Em nota, a companhia destacou a modernização da rede e uma redução de 50% no tempo médio de atendimento ao cliente no último verão, além de um investimento recorde estimado em R$ 10,4 bilhões entre 2025 e 2027.
Diante desse cenário, o futuro da energia em São Paulo está em jogo. O que você pensa sobre o contrato da Enel e suas implicações para a população? Deixe sua opinião nos comentários! Vamos juntos discutir o que pode ser feito para melhorar essa situação.