19 julho, 2025
sábado, 19 julho, 2025

Tarcísio “queima pontes” e se apega a bolha bolsonarista, diz analista

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Os recentes movimentos de Tarcísio de Freitas (Republicanos) revelam uma perplexidade política: ele parece insistir em permanecer no cerco da bolha bolsonarista, segundo o analista Marco Antônio Teixeira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Entre a polêmica sobre o tarifaço de Donald Trump e as ações da Polícia Federal envolvendo Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo parece ter “queimado pontes” com setores políticos e econômicos importantes.

Ao oscilar entre posturas contraditórias — inicialmente criticando a diplomacia de Lula e depois buscando diálogo — Tarcísio elevou a voz contra o Supremo Tribunal Federal, ao desaprovar a decisão de Alexandre de Moraes que impôs tornozeleira eletrônica a Bolsonaro. “Ele está queimando pontes com aqueles com os quais, como governador, deveria dialogar”, afirma Teixeira.

Na defesa do ex-presidente, Tarcísio descreveu as medidas como “humilhações” e um erro sucessivo, sublinhando que “não haverá paz social sem paz política”. Ele também manifestou preocupação com a falta de eleições livres e justas, uma contradição, segundo Teixeira, pois Tarcísio se elegeu sob o mesmo modelo que critica.

O cientista político sugere que a postura de Tarcísio pode agravar a desconfiança sobre ele fora do espectro bolsonarista. “Ele parece dialogar com a bolha, tentando recuperar a confiança, especialmente após críticas de Eduardo Bolsonaro”, observa Teixeira. Este último havia atacado o governador por contatar a Embaixada dos EUA, defendendo que qualquer negociação deveria envolver uma anistia a seu pai, e chamou a atitude de Tarcísio de “subserviência às elites”.

Contrariando Eduardo, aliados de Tarcísio afirmam que ele saiu fortalecido após a disputa interna. “Tarcísio não perdeu tanto saldo político no bolsonarismo; ele recalibrou sua posição. Contudo, a desconfiança fora desse círculo é palpável e pode intensificar-se”, conclui Teixeira.

O desafio mais recente do governador envolve a reação ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, imposta por Trump. A omissão de uma condenação direta à ação dos EUA levanta questões no setor produtivo, que já apostava em Tarcísio como uma liderança promissora. “O que importa é como a Faria Lima e o agronegócio estão vendo tudo isso, pois são segmentos fundamentais para a sustentação da carreira política dele”, afirma o analista.

Como você vê a postura de Tarcísio diante dos acontecimentos? Comente abaixo e compartilhe suas opiniões!

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