24 agosto, 2025
domingo, 24 agosto, 2025

Traficantes escondem drogas em pirarucu para driblar cães farejadores

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Nas vastas e repletas de mistérios águas da Amazônia, o crime organizado tem encontrado maneiras cada vez mais astutas de transportar cocaína sem ser detectado. Um dos métodos mais engenhosos envolve o uso de pirarucu, um peixe icônico da região, como camuflagem. Com essa estratégia, os traficantes conseguem despistar não apenas os cães farejadores da polícia, mas também o sistema de segurança que protege as rotas fluviais.

Após a retirada das vísceras, o pirarucu é cortado e disposto em lâminas, coberto por camadas de gelo. Sob essa engenhosa embalagem, a cocaína é transportada, desafiando a capacidade dos cães treinados pela Polícia Militar de farejar a droga. Esse método tem se mostrado eficaz, permitindo que os traficantes escoem suas mercadorias no coração da Amazônia.

Mas essa não é a única tática utilizada. Além do pirarucu, os criminosos têm se mostrado criativos em suas abordagens. Desde espigas de milho até cebolas, passando por cargas de bananas e até botijões de gás, tudo se transforma em um disfarce para a cocaína que atravessa o Norte do Brasil. Em algumas ocasiões, a droga é escondida em compartimentos secretos dentro de embarcações, ou até mesmo sob seixos, escapando da fiscalização.

Uma operação policial ilustrativa ocorreu quando os agentes receberam a informação de que um barco transportava cocaína em botijões de gás. Após o uso de cães farejadores, a droga foi encontrada na parte inferior, ocultada com astúcia. Curiosamente, ao apertar a válvula, apenas gás vazava. Essa apreensão resultou na escolta da carga até Manaus, onde, com a ajuda de 200 alunos do curso de formação da Polícia Militar, a cocaína foi finalmente separada dos botijões. A operação culminou na apreensão de uma tonelada de droga.

A secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, Marta Machado, ressalta que a convergência entre o tráfico e a cadeia do pirarucu é alarmante. Durante um encontro em Manaus, ela expôs a realidade desafiadora que se apresenta: “A ideia era promover iniciativas que fortalecessem a cadeia do pirarucu, mas a intimidação pelo crime organizado gerou um retrocesso”. Ribeiro e indígenas são frequentemente cooptados pelos traficantes, o que torna a situação ainda mais complexa.

Marta alerta para os riscos inerentes a essa interseção de crimes: “O transporte de pirarucu está frequentemente associado ao tráfico de drogas, criando um cenário complicado em meio à exploração ambiental, garimpo e desmatamento”. Essa intrincada rede de crimes revela a dura realidade em que ribeirinhos e comunidades indígenas lutam para sobreviver, enquanto o tráfico se expande sem controle.

Como a vigilância e a proteção das comunidades podem ser reforçadas diante de um cenário tão desafiador? O que mais poderíamos fazer para mudar essa realidade? Deixe seus comentários e compartilhe suas ideias!

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