Em um movimento audacioso, o presidente Donald Trump emitiu uma diretiva secreta ao Pentágono, autorizando o uso de força militar contra cartéis de drogas na América Latina, que o governo dos Estados Unidos classifica como organizações terroristas. Segundo o The New York Times, essa ordem não apenas legitima a possibilidade de operações militares em mar e terra estrangeiros, mas também sinaliza uma nova estratégia nas operações antidrogas, agora com um foco mais agressivo.
Com a nova diretriz, as forças armadas dos EUA são instruídas a capturar ou eliminar diretamente indivíduos envolvidos no tráfico de drogas. Entre os grupos identificados como terroristas estão o Tren de Aragua, o Cartel de los Soles, vinculado ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela, e o Cartel de Sinaloa, no México. O governo Trump também considerou a inclusão de facções brasileiras, como o PCC e o Comando Vermelho, na lista de organizações terroristas, uma proposta que foi prontamente rejeitada pelo governo Lula.
Esta medida, destacada como a mais agressiva até agora na luta contra os cartéis, enfrenta, no entanto, vários obstáculos jurídicos. As autorizações do Congresso para o uso da força militar, criadas após os ataques de 11 de setembro, não se aplicam automaticamente a grupos rotulados como terroristas pelo Executivo. Apesar disso, a administração Trump defende que possui base legal ao invocar o direito à legítima defesa nacional, relacionando a atuação dos cartéis ao aumento das overdoses nos Estados Unidos.
Especialistas alertam que, na ausência de um conflito armado formal, ataques letais contra civis podem ser interpretados como assassinato. Além disso, utilizar a força militar em território estrangeiro sem o consentimento do governo local, que já se manifestou contra a proposta, infringiria normas internacionais essenciais.
Com a eleição de 2024 se aproximando, a ideia de utilizar o Exército dos EUA no combate aos cartéis tem ganhado força entre os conservadores e se consolidou como um pilar na campanha de Trump, que promete “declarar guerra” às organizações criminosas. O próximo capítulo nesta complexa narrativa poderá mudar radicalmente o curso das ações militares e de combate ao tráfico na região.
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