18 julho, 2025
sexta-feira, 18 julho, 2025

Uso de IA esquenta a “guerra do IOF” entre esquerda e direita. Entenda

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A recente tensão entre o Congresso e o governo federal em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) desencadeou uma verdadeira batalha de narrativas nas redes sociais. Um levantamento da Genial Quaest revelou que 61% das menções sobre o tema eram negativas em relação ao Congresso, enquanto apenas 11% se dirigiam ao governo. As interações neutras completam 28% das citações.

Neste embate virtual, as ferramentas de inteligência artificial tornam-se armas poderosas. O Partido dos Trabalhadores (PT) utilizou vídeos gerados por IA para evidenciar desigualdades na carga tributária, destacando a disparidade entre a população mais vulnerável e os “super ricos”. Em uma dessas produções, a mensagem central gira em torno da balança da justiça fiscal, onde os pobres parecem sempre carregar um peso maior.

Com o slogan “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”, o PT solicita transformações urgentes em busca de “justiça social”, utilizando a tecnologia IA para amplificar sua mensagem. Este recurso digital não é meramente uma inovação, mas uma estratégia adaptativa para conquistar corações e mentes no cenário competitivo das redes sociais.

A inteligência artificial já encontrou seu espaço na esfera política, e a expectativa é que sua presença aumente ainda mais nas eleições de 2026. Magno Karl, cientista político da UFRJ, alerta que, mesmo com regulamentações propostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será um desafio controlar o uso da IA. Com a individualização das campanhas nas redes, cada cidadão torna-se um multiplicador da mensagem política, levando à proliferação de conteúdos que podem distorcer a realidade.

“Cada pessoa é um instrumento de irradiação de campanha política”, nos lembra Karl, que destaca que a desinformação causada por tecnologias como deep fakes não é um fenômeno novo, apenas mais sofisticado.

O cenário eleitoral de 2026 promete acirrar ainda mais a disputa entre esquerda e direita, com a oposição se beneficiando da experiência adquirida em comunicação digital. Karl observa que, enquanto a direita aprimorou sua retórica nas redes, o governo da esquerda enfrenta o desafio de justificar legados impopulares.

Com as redes sociais se tornando arenas complexas de interação política, a necessidade de educar os eleitores a cultivar um ceticismo saudável frente ao conteúdo digital se torna premente.


O embate entre Congresso e governo

  • A pesquisa da Quaest revela que o Congresso é o principal alvo das críticas nas redes sociais, especialmente após a crise em torno do IOF.
  • Com 61% das menções negativas, a insatisfação popular se intensificou após o Congresso reverter um decreto de Lula sobre o IOF.
  • Nesse período, 4,4 milhões de publicações foram analisadas, abrangendo plataformas como Twitter, Instagram e YouTube.

Desafios da regulamentação

Voltando os olhos para as eleições municipais de 2024, o TSE já definiu diretrizes para o uso de IA nas campanhas. As novas regras proíbem deep fakes e estabelecem responsabilidades claras para as plataformas digitais em relação à desinformação.

João Ataide, especialista em IA e mestre em direito regulatório, considera a crise do IOF um prenúncio do que está por vir em 2026. Enquanto a desinformação se espalhou rapidamente nas eleições passadas, a IA poderá trazer conteúdos falsos ainda mais enganadores.

Ataide ressalta que, apesar das medidas do TSE, a rapidez com que as informações circulam dificulta a resposta jurídica a conteúdos maliciosos. Como resultado, o uso da IA na política coloca os eleitores em risco, desafiando nossa capacidade de discernir a verdade da mentira.

Avanços tecnológicos e seus riscos

As produções em IA estão se tornando cada vez mais sofisticadas, especialmente com ferramentas como o Veo 3, que permite criar conteúdos quase indistinguíveis da realidade. Nauê Bernardo Azevedo, cientista político, alerta para a necessidade de rotulagem rigorosa desses conteúdos, a fim de proteger o eleitor da indução ao erro.

“Com o avanço dessas ferramentas, precisamos agir de forma proativa e reativa para impedir abusos e punir quem faz mau uso delas”, enfatiza.

A tecnologia, embora poderosa, traz desafios significativos. O futuro da política está intrinsecamente ligado a como usaremos essas inovações para promover transparência e verdade. Convocamos todos a refletirem sobre esse tema crucial: como podemos proteger a integridade do debate político no mundo digital? Compartilhe suas opiniões nos comentários.

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