A mobilização em torno da vaquinha para o alpinista Agam, que atuou heroicamente no resgate do corpo de Juliana Marins, foi abruptamente cancelada no último domingo (29/6). Juliana, uma brasileira de 26 anos, perdeu a vida na trilha do Monte Rinjani, na Indonésia, após uma queda trágica.
Até o momento do cancelamento, a arrecadação havia alcançado impressionantes R$ 522 mil. Contudo, a decisão de interromper a campanha se deu após uma série de questionamentos feitos por internautas sobre uma taxa administrativa de 20% que incidiria sobre os donativos. A organização responsável, Razões para Acreditar e Voaa, afirmou que todos os valores serão devolvidos integralmente, assegurando que não haverá necessidade de nenhum ato adicional por parte dos doadores.
Agam, o alpinista, havia planejado dividir a quantia arrecadada entre ele e outros sete voluntários que o acompanhavam na missão, que envolveu o deslizamento de 590 metros de penhasco, sob condições climáticas adversas. Ele mesmo passou a noite próximo ao corpo de Juliana, amarrado a uma rocha, recordando que sabia do risco, mas sua compaixão pela jovem o levou a permanecer ao lado dela.
Manoel Marins, pai de Juliana, não poupou críticas ao protocolo do parque onde ocorreu o acidente. Segundo ele, o correto teria sido acionar a Defesa Civil imediatamente após o ocorrido. O pai de Juliana comentou que o guia turístico, que a acompanhava, a deixou sozinha para fumar, o que poderia ter contribuído para a fatalidade. “Ele nos disse que se afastou por cinco a dez minutos e, ao retornar, não a encontrou. O resgate foi ineficaz e demorado”, lamentou.
Manoel não apenas questionou a conduta do guia, que admitiu não ter a certificação necessária, mas também acusou o parque de não assumir responsabilidade pelo ocorrido. Ele compartilhou sua angústia na televisão, afirmando que nunca recebeu um pedido de desculpas e que o erro foi reconhecido com enorme atraso, após a tragédia ter se consumado.
Esse episódio levanta uma série de questões sobre a responsabilidade em trilhas perigosas e a adequação dos serviços de resgate. Como você vê essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários.