
Na última segunda-feira, Delcy Rodríguez, a vice-presidente da Venezuela, fez um anúncio impactante: o governo propôs a rescisão imediata do acordo de cooperação energética com Trinidad e Tobago. Essa decisão surge como resposta às supostas “ameaças militares” que os Estados Unidos estariam articulando na região do Caribe.
Durante uma transmissão ao vivo na televisão estatal, Rodríguez destacou que tanto o Ministério de Hidrocarbonetos quanto a estatal PDVSA aconselharam o presidente Nicolás Maduro a encerrar o tratado assinado em 2015. Este acordo, que previa a colaboração no fornecimento de gás e petróleo, foi renovado automaticamente em fevereiro e tinha um prazo de 15 anos.
“É um território de paz, livre de armas nucleares. No entanto, submarinos nucleares chegaram aqui para ameaçar a Venezuela”, afirmou Delcy. “Por esse motivo, decidimos propor ao presidente a renúncia imediata do acordo de cooperação energética com a República de Trinidad e Tobago.”
A vice-presidente também mencionou a presença do contratorpedeiro norte-americano USS Gravely, atualmente ancorado em Trinidad e Tobago, considerado por Caracas como uma “provocação hostil”. Segundo o governo venezuelano, o navio, equipado com mísseis Tomahawk, faz parte de uma frota enviada ao Caribe pelo Comando Sul dos EUA.
O chanceler Yván Gil acrescentou que a Venezuela desmantelou uma “célula criminosa financiada pela CIA”, que estaria planejando um ataque de bandeira falsa contra o navio americano, com a intenção de justificar uma intervenção militar no país. Em seu canal no Telegram, Gil declarou: “Informamos com clareza ao governo de Trinidad e Tobago sobre o plano dirigido pela CIA: atacar um navio militar estadunidense e culpar a Venezuela.”
Em uma comunicação oficial, o governo de Maduro apontou que Trinidad e Tobago renunciou à sua soberania ao permitir operações militares dos EUA no território. Caracas comparou essa situação a eventos históricos que foram utilizados pelos Estados Unidos para justificar guerras, como o afundamento do navio Maine em 1898 e o incidente do Golfo de Tonkin em 1964.
Por sua vez, o governo de Trinidad e Tobago rejeitou as acusações, afirmando que o navio norte-americano está em seu território para atuar em ações de cooperação em segurança marítima e combate ao crime transnacional. “Nosso país valoriza sua relação com o povo venezuelano, dada nossa história compartilhada”, destacou o governo trinitário em uma nota oficial.
As tensões entre Caracas e Washington vêm aumentando, e nas últimas semanas, o presidente dos Estados Unidos confirmou a autorização para operações secretas da CIA na Venezuela. Enquanto a Casa Branca alega que a intenção é “restaurar a democracia”, Maduro denuncia que os EUA estão preparando um “plano de invasão disfarçado”.
O que você pensa sobre essa escalada de tensões? Compartilhe suas opiniões nos comentários e participe da discussão!