2 novembro, 2025
domingo, 2 novembro, 2025

Especialistas explicam por que CV e PCC não conseguem dominar o DF

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Na recente megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, a sociedade se viu frente a uma provocativa reflexão: qual é realmente o alcance da força de organizações criminosas no Brasil? Enquanto se observam as ações do CV e do Primeiro Comando da Capital (PCC) se espalhando pelo país, o Distrito Federal permanece uma fortaleza inexplorada pelas grandes facções do crime organizado.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta as razões para essa resiliência. O DF é respaldado por um sistema estatal robusto que se traduz em um controle eficaz do sistema prisional e na execução de políticas públicas que desarticulam redes de crime. A presença de um aparato policial bem estruturado é crucial para enfrentar facções que, apesar de tentativas de influenciar a capital, ainda se encontram à margem do poder.

Para o especialista em segurança pública Renato Araújo, as operações coordenadas entre as forças policiais são fundamentais. Ele explica que a integração entre a Polícia Civil, Militar e Penal do DF, junto com centros de inteligência, forma um cerco afiado que dificulta o crescimento de facções. Essas ações contínuas demonstram que a pronta resposta e a análise minuciosa de dados são essenciais para manter o status quo da segurança.

“Essa constância de pressão e precisão operacional é o que mantém o DF fora do mapa de dominação faccional”, pontua Araújo.

Desde 2019, com a transferência de líderes perigosos para a Penitenciária Federal de Brasília, a capital começou a receber figuras proeminentes como Marcola, do PCC. Essa movimentação não apenas atrai a atenção das facções, mas também intensifica a rivalidade entre elas, alimentando um cenário de disputa que se reflete até dentro dos presídios. O controle exercido sobre correspondências e comunicações é uma estratégia chave para evitar que ordens de dentro das prisões se espalhem para fora.

A fiscalização constante e as medidas preventivas de segurança são essenciais na lógica do controle. Renato destaca que a separação criteriosa de presos por perfil de risco é vital para evitar que facções ganhem força dentro do sistema prisional, minimizando a possibilidade de um domínio territorial.

Além disso, o cenário no DF é marcado por facções locais, como o Comboio do Cão, que tentam expandir sua influência. Dados recentes indicam a presença do PCC, CV e CDC, que somam cerca de 480 detentos em um universo de mais de 15 mil. Essa realidade reafirma a necessidade de um monitoramento contínuo e de uma atuação proativa por parte das autoridades.

Comprovando que o crime se adapta, o pesquisador Wellinton Caixeta Maciel ressalta a evolução das facções, que buscam novas oportunidades de crescer e se infiltrar em setores estratégicos. O problema é agravar-se pela segregação urbana das classes mais vulneráveis, intensificando a precariedade da fiscalização e permitindo que o crime organizado fortaleça suas raízes no país.

Diante desse cenário complexo, como você acredita que o controle do crime organizado pode ser aprimorado? Compartilhe suas opiniões e reflexões nos comentários!

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