
Na madrugada de domingo, 26 de outubro, a vida de Elias Alves dos Santos Filho, um motorista de aplicativo de 37 anos, tomou um rumo dramático durante uma corrida em Ceilândia. Ele foi gravemente ferido por um passageiro, que desferiu múltiplos golpes de faca em seu pescoço. Mesmo com pouco tempo para reagir, Elias e sua determinação em buscar ajuda se tornaram sua maior salvação. Após os ataques, conseguiu, mesmo sangrando, dirigir até o Hospital Regional de Ceilândia, onde após colidir em um poste, recebeu atendimento de emergência.
O golpe atingiu uma artéria, resultando em uma significativa perda de sangue. No entanto, exames descartaram perfurações no esôfago e na traqueia, o que trouxe um alívio temporário para a família. “A maior preocupação eram as perfurações e o risco de comprometimento neurológico. O quadro é positivo, mas ainda precisamos observar Elias por 72 horas”, afirmou sua esposa, Synara de Albuquerque Santos.
As circunstâncias do ataque foram chocantes. O agressor, um homem de 41 anos, alegou à Polícia Civil ter agido por medo, acreditando que estava sendo levado para uma emboscada. Sua justificativa, no entanto, não convenceu a família de Elias. “Nada justifica tentar tirar a vida dele. Isso não é autodefesa, é uma tentativa de assassinato”, disse Synara, frustrada com a narrativa apresentada pelo autor.
Elias encarava a atividade de motorista de aplicativo como um complemento à sua renda, mas a apreensão com a violência urbana o levou a considerar abandonar essa rotina. “Ele sempre mencionava os riscos. Cansado da instabilidade, disse: ‘Eu estou fazendo isso porque preciso, mas a vida aqui é perigosa’”, relembrou a esposa.
Felizmente, a família acredita que um milagre salvou Elias. “Se ele não tivesse dirigido em direção ao hospital, poderia não ter sobrevivido. Ele lutou pela vida com uma coragem admirável”, disse seu cunhado, Esdras Albuquerque. A improbabilidade de sua sobrevivência torna sua história um testemunho da resiliência humana em face do perigo.
Enquanto isso, o agressor se escondeu após o ataque, mesmo admitindo o crime em mensagens para o irmão. Com o apoio da empresa de transporte e depoimentos de testemunhas, a Polícia Civil conseguiu rastreá-lo. Ele se entregou espontaneamente e, embora alegasse ter agido em legítima defesa, foi indiciado por tentativa de homicídio e permanece detido à disposição da Justiça.
A história de Elias nos faz refletir sobre os riscos enfrentados por aqueles que buscam dignidade no trabalho, e a fragilidade da vida diante da violência. Como você vê essa situação? Compartilhe suas opiniões e comentários abaixo.