8 setembro, 2025
segunda-feira, 8 setembro, 2025

Esqueletos, raios e neve: o código secreto do tráfico no Sudoeste

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Em uma artimanha ousada e inovadora, traficantes do Sudoeste usavam pequenos objetos tridimensionais como brindes para estabelecer uma conexão clandestina com os usuários. Itens como um esqueleto de peixe simbolizavam cocaína, um raio representava ecstasy, e um floco de neve indicava haxixe ou loló. Esses presentes não eram simples lembranças, mas sim um código secreto, criando um vínculo de exclusividade entre traficantes e seus clientes, principalmente adolescentes e jovens da região.

A prática, desmantelada pela 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) durante a Operação Wolf, chamou a atenção das autoridades por ser uma abordagem tão audaciosa. O ponto de distribuição funcionava em um luxuoso apartamento na quadra 504 do Sudoeste, onde um casal havia se tornado conhecido como os principais traficantes da área. Em uma ação eficaz e bem planejada, a polícia encontrou no local cocaína, maconha, haxixe, ecstasy e frascos de clorofórmio, além de balanças de precisão e dinheiro em espécie.

O líder do esquema, Henrique Sampaio da Silva, com 39 anos e um passado de cinco prisões por tráfico, tinha conseguido uma nomeação para um cargo público, embora nunca tenha assumido. Sua companheira, uma advogada, também foi detida, evidenciando a complexidade e a sofisticação do tráfico que operavam. O uso de brindes funcionava como um cartão de fidelidade, disfarçando o vínculo criminoso e promovendo um senso de pertencimento entre os consumidores.

As investigações revelaram que as primeiras tentativas de ação policial enfrentaram dificuldades, pois os usuários raramente eram encontrados com drogas em mãos. Apenas após meses de vigilância, a polícia compreendeu que os brindes estavam substituindo os entorpecentes durante as abordagens, dificultando a operação. Dentro do apartamento, placas e avisos comunitários simulavam uma suposta preocupação social, uma tática para despistar tanto vizinhos quanto autoridades.

Com a prisão do casal por tráfico e associação para o tráfico, o delegado-chefe da 3ª DP, Victor Dan, ressaltou a ousadia da operação, que visava especificamente jovens em idade escolar. “Criaram uma linguagem própria para conquistar os jovens e naturalizar o consumo,” destacou Dan. A PCDF reforçou a vigilância na região para impedir a retomada do esquema e assegurar a segurança da comunidade.

Essa situação nos leva a refletir sobre os impactos do tráfico e a vulnerabilidade juvenil. Você já se deparou com práticas semelhantes em sua região? Compartilhe suas experiências e opiniões nos comentários!

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