A missão Euclid da Agência Espacial Europeia (ESA), lançada há dois anos, propõe uma jornada fascinante pela vastidão do Universo escuro. Com seu telescópio espacial, foram coletados dados que agora se tornam acessíveis através do modelo de galáxia Flagship 2, uma simulação impressionante que reúne 3,4 bilhões de galáxias, cada uma com 400 propriedades detalhadas, como brilho, posição, velocidade e forma. Esse marco é essencial para que os cientistas decifrem a complexidade do cosmos com uma resolução nunca antes alcançada. Em março, a ESA revelou parcialmente os primeiros dados, prometendo novas informações no primeiro semestre do próximo ano.
Graças à alta definição do telescópio, é possível detectar distorções quase imperceptíveis nas imagens de galáxias, efeitos subjetivos de lentes gravitacionais que revelam a distribuição da matéria escura, um elemento invisível e intrigante do nosso Universo. Essas descobertas nos permitem não só entender melhor a estrutura cósmica, mas também abrir portas para questionamentos sobre a própria natureza da realidade.
A criação do modelo Flagship 2 foi fruto do trabalho do astrofísico Joachim Stadel da Universidade de Zurique (UZH), que utilizou um supercomputador de última geração, o Piz Daint. O processo envolveu simular interações gravitacionais de quatro trilhões de partículas, culminando em um retrato realista do que o Euclid pode observar. Julian Adamek, também da UZH, destaca a importância dessas simulações para validar os dados que o telescópio capturará: “Será emocionate ver se o modelo se sustenta frente aos dados de alta precisão ou se revelará novas lacunas em nosso entendimento.”
Com o suporte de mais de 2.000 cientistas de 300 instituições em 15 países, a missão Euclid é uma colaboração global que promete revolucionar nosso entendimento do cosmos. O levantamento de dados realizado por essa equipe permitirá aos astrônomos retroceder até 10 bilhões de anos na história do Universo, observando sua expansão e medindo a constância da energia escura que permeia nosso entendimento atual sobre a física cósmica.
À medida que o Euclid investiga regiões do espaço equivalentes a mais de 300 vezes a área da Lua Cheia, as possibilidades de descobrir galáxias distantes e fenômenos incomuns são enormes. Adamek aponta que já há indícios de inconsistências no modelo padrão do Universo. Com a expectativa de capturar mais de 1,5 bilhão de galáxias ao longo de seis anos, enviando cerca de 100 GB de dados por dia, o Euclid se coloca na vanguarda da pesquisa astronômica, buscando respostas para as complexas questões sobre a formação das galáxias e a evolução dos buracos negros.
O que você espera descobrir sobre o cosmos com as novas informações do Euclid? Compartilhe suas ideias e vamos juntos explorar os mistérios do espaço!