O recente aumento tarifário promovido pelo governo de Donald Trump promete agitar as estruturas da economia global. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, embora os Estados Unidos tenham sido os responsáveis por essas barreiras, eles também poderão ser os mais impactados. A previsão é de uma queda de 0,37% no PIB americano, enquanto o Brasil deve enfrentar uma diminuição de 0,16% em sua economia.
O efeito dominó das tarifas não só afetará a economia norte-americana, mas também trará consequências alarmantes para o Brasil. Estima-se que o país possa perder até R$ 52 bilhões em exportações, o que pode resultar na eliminação de cerca de 110 mil empregos. Setores como tratores, máquinas agrícolas, aeronaves e carnes encontram-se nas linhas de frente dessa vulnerabilidade. São Paulo, por exemplo, poderá ver seu PIB encolher em R$ 4,4 bilhões, seguido por estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, cada um enfrentando perdas significativas.
Ricardo Alban, presidente da CNI, aponta que esta é uma situação de “perde-perde”, com o cenário se mostrando especialmente preocupante para os americanos. A indústria brasileira, que tem nos EUA seu maior mercado, observa com apreensão as repercussões dessas políticas. “É imperativo avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano sobre a complementariedade de nossas relações comerciais”, enfatiza Alban, destacando a necessidade de racionalidade nesse contexto.
Diante desse panorama, o governo brasileiro, em colaboração com o legislativo e representantes do setor empresarial, busca uma solução diplomática. O vice-presidente Geraldo Alckmin e líderes do Congresso estão empenhados em encontrar uma saída viável. Essa união entre governo e oposição é crucial para enfrentar a crise. A esperança recai sobre a diplomacia e o diálogo técnico, liderados por especialistas do Ministério da Fazenda e do Itamaraty, para mitigar os efeitos devastadores das tarifas.
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