Os Estados Unidos decidiram revogar os vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde brasileiro, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo. Essa ação é uma resposta à suposta cumplicidade deles com o programa “Mais Médicos”, uma parceria com Cuba entre 2013 e 2018. Segundo o secretário de Estado Marco Rubio, essas autoridades desempenharam um papel crucial no planejamento e execução do programa, que, segundo Washington, infringiu os direitos dos médicos cubanos e utilizou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como intermediária.
Rubio destacou que o programa foi um “golpe diplomático inconcebível”, acusando as autoridades brasileiras de contornar os requisitos constitucionais do Brasil e as sanções americanas contra Cuba. Ele relatou que dezenas de médicos cubanos que atuaram no Brasil afirmaram ter sido explorados, recebendo apenas uma fração dos seus salários, com o restante sendo destinado ao regime cubano. “Essas ações enriquecem um regime corrupto e privam o povo cubano de cuidados médicos essenciais”, declarou o secretário.
O programa “Mais Médicos” foi criticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que o comparou a “escravidão”. Desde a sua implementação, o programa trouxe milhares de profissionais cubanos ao Brasil, especialmente para áreas com carência de médicos. Após as críticas e a saída de médicos em 2018, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva reativou a iniciativa, mas se comprometeu a priorizar a contratação de profissionais brasileiros.
Com a decisão de revogar os vistos, os EUA buscam não apenas punir os envolvidos, mas também enviar uma mensagem clara sobre a responsabilidade em relação ao trabalho forçado e à exploração no setor de saúde cubano. A crise do “Mais Médicos” convida à reflexão sobre a ética na contratação de profissionais de saúde e os impactos de políticas internacionais na manutenção de práticas injustas.
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