
Em meio a um cenário alarmante nos Estados Unidos, os relatos das organizações Human Rights Watch, Americans for Immigrant Justice e Sanctuary of the South revelam uma realidade chocante: imigrantes em prisões para “estrangeiros”, localizadas em Miami, estão sendo submetidos a tratamentos desumanos em suas rotinas diárias. A prática de forçá-los a se alimentar ajoelhados e algemados, com as mãos amarradas nas costas, é apenas um dos aspectos dessa cruel violação dos direitos humanos.
Testemunhos obtidos por meio de entrevistas com os detentos, divulgados recentemente, expõem a gravidade da situação, que se estende por diferentes instalações prisionais na Flórida.
Os relatos indignantes incluem homens mantidos em celas por horas sem alimentação, a espera de um almoço que chegava apenas às 19h. Entre os detentos, Pedro compartilha sua experiência: “Tínhamos que comer como animais”. Essa brutalidade se torna um padrão entre os guardas, abrindo espaço para a humilhação rotineira.
No centro de processamento de Krome North, por exemplo, as mulheres são forçadas a usar banheiros à vista dos homens, enfrentando a ausência de cuidados básicos e alimentares adequados. A superlotação desses centros é de deixar qualquer um chocado, com detentos sendo mantidos por mais de 24 horas em um ônibus, sem acesso a banheiros adequados, enquanto as condições insalubres se tornavam insuportáveis.
Descrevendo a situação em um ônibus sujo, um homem recorda: “O ônibus ficou nojento. Era o tipo de banheiro em que normalmente as pessoas só urinam, mas outros defecaram no banheiro devido ao tempo que ficamos lá.” Finalmente, quando admitidos na unidade, muitos enfrentaram até 12 dias em uma sala fria e sem conforto, uma experiência que apelidaram de “la hielera”, ou “caixa de gelo”.
As atrocidades não param por aí. No centro de transição de Broward, onde uma mulher haitiana de 44 anos faleceu, os detentos relataram a negação sistemática de atendimento médico e psicológico. Ao descrever a brutalidade de um incidente em que guardas desligaram uma câmera de vigilância, um detento narra a violência desmedida contra aqueles que pediam ajuda.
Relatos de ex-detentos revelam que as condições superlotadas têm sido um fator decisivo para a construção urgente de uma polêmica nova prisão nos Everglades, cuja capacidade é destinada a 5.000 migrantes em situação irregular.
Com um aumento constante no número de detenções, a realidade torna-se ainda mais alarmante. Em junho, uma média de 56.400 detenções por imigração era registrada diariamente, com quase 72% dos detidos sem antecedentes criminais. Os abusos documentados refletem um padrão de desumanização que se deteriorou drasticamente desde a chegada de Trump ao poder, resultando em uma crise de direitos humanos com consequências profundas para o país.
A cofundadora do Sanctuary of the South, Katie Blankenship, afirma que as táticas de repressão têm gerado um clima de temor nas comunidades imigrantes, especialmente na Flórida, estado que prospera devido a essas populações. Sua declaração ecoa um sentimento de urgência: “A abordagem rápida e cruel de prender e encarcerar pessoas é literalmente mortal e causará uma crise que afetará nosso estado e todo o país nos próximos anos.”
Diante de uma narrativa tão sombria, é essencial que as vozes sejam ouvidas e que todos se engajem na discussão. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe suas opiniões nos comentários e ajude a dar visibilidade a essa questão fundamental.