Os Estados Unidos manterão a sanção aplicada ao ex-ministro Roberto Barroso após sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). A afirmação é do deputado Eduardo Bolsonaro e do comunicador Paulo Figueiredo, que dizem atuar junto à Casa Branca na aplicação de medidas contra autoridades brasileiras envolvidas na condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
“Me admira a pessoa achar que, saindo da posição, isso limpará as besteiras feitas enquanto ocupava o cargo. O secretário Marco Rubio [secretário de Estado dos EUA] está sancionando com perda de visto autoridades brasileiras devido ao Mais Médicos, implementado em 2014”, lembrou Eduardo Bolsonaro em suas redes sociais.
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Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo afirmam que sanções dos EUA a Barroso serão mantidas
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Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo avaliam que Barroso não tem mais argumentos para negociar fim das sanções após deixar o STF
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Ministro Luís Roberto Barroso anunciou aposentadoria do STF
Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela
Roberto Barroso foi punido com a perda do visto de entrada nos EUA após se posicionar a favor do ministro Alexandre de Moraes — este sancionado com base na Lei Magnitsky — pela condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão.
“Sem prestígio”
Também em suas redes sociais, Paulo Figueiredo afirmou que, com sua saída do STF, Barroso “não vale mais nada” e não tem poder de barganha para negociar o fim da sanção.
“Agora ele [Barroso] acha que vai recuperar o visto porque não faz parte do STF? Enquanto você ocupava cargo de ministro do STF, até tinha margem para negociar. Mas agora você é uma pessoa comum. O que você traz pra mesa de negociação? Absolutamente nada. Se você me ligar, Barroso, eu nem atendo mais. Vale nada. Vai pra lata do lixo”, disse o comunicador.
“O único prestígio que você tinha era porque era ministro do Supremo Tribunal Federal. A gente ainda dizia: ‘De repente, se tiver um posicionamento interessante, a gente até recupera o seu visto’. Agora, imagina: ‘Ah, mas saiu, então por que não tem pra ser sancionado, não tem por que tomar uma Magnitsky’. Os Estados Unidos cancelaram o visto do ministro da Saúde de Lula e de seus secretários por causa de coisas do Mais Médicos, 10 anos atrás. Você acha que vai escapar dessa sanção porque renunciou? Muito pelo contrário”, disse Figueiredo.