Em meio às tensões que cercam as eleições gerais de domingo (17) na Bolívia, o ex-presidente Evo Morales fez uma declaração impactante: ele não apoia nenhum candidato e nega vínculos com qualquer partido político. Neste contexto desfavorável, onde ex-mandatários enfrentam intimidações, Morales expressou seus sentimentos ao votar em sua terra natal, Villa 14, no Trópico de Cochabamba, um bastião de seu apoio. Com uma caneta em mãos para “votar nulo”, ele clamou pela anulação do voto como forma de protesto.
“Até duas semanas atrás, houve possibilidades, mas as ameaças e a perseguição foram intensas”, comentou o político, referindo-se a tentativas de articulação com outras legendas. O chamado ao povo boliviano para anular o voto emergiu como a sua mensagem central, argumentando que não há candidatos que realmente representem os interesses do povo boliviano.
Entretanto, a situação não é simples. O atual ministro de Governo, Roberto Ríos, alertou para possíveis tumultos orquestrados por apoiadores de Morales, solicitando que o público não se deixasse levar por essas provocações, que podem comprometer o processo eleitoral. Desde outubro de 2024, Morales vive cercado por seus seguidores, uma situação tensa em que enfrenta uma ordem de prisão relacionada a um caso de tráfico de pessoas.
Além disso, a inabilitação constitucional o impediu de se candidatar. Embora tenha tentado se registrar por meio de um partido “emprestado”, este não obteve a legalidade necessária junto ao Tribunal Supremo Eleitoral. Com mais de 7 milhões de bolivianos aptos a votar, as eleições ocorrem em meio a uma severa crise econômica, caracterizada pela escassez de dólares e altas taxas de inflação.
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