A sociedade se despede de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil paulista, que será velado nesta terça-feira, às 10h, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Em um ato de brutal violência, Ruy foi assassinado a tiros em Praia Grande, na noite de segunda-feira. A notícia da sua morte causou comoção, refletindo a luta contínua contra o crime organizado no Brasil.
Desde sua chegada à Alesp, seu corpo partirá para o Cemitério da Paz, no Morumbi, onde o sepultamento está agendado para as 16h. Ruy deixa amigos e membros da família, mas não filhos.
As suspeitas pairam sobre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo criminoso com o qual Ruy lutou durante sua carreira. Outros dois feridos durante o ataque, uma mulher e um homem, foram atendidos no Hospital Municipal Irmã Dulce, com um deles ainda em estado delicado, mas sem riscos à vida. A Secretaria de Segurança Pública de SP classifica a execução como um ato de vingança da facção, reafirmando o legado de Ruy na batalha contra o crime.
Uma câmera de segurança capturou os instantes finais do ex-delegado. Ele estava em fuga, mas o veículo que dirigia colidiu com um ônibus, capotando em seguida. Os criminosos dispararam contra ele, mostrando a frieza dos ataques orquestrados pela facção. Ruy foi socorrido, mas não sobreviveu aos ferimentos.
O cerco já foi armado. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, anunciou uma força-tarefa com mais de 100 policiais em busca dos responsáveis. O carro utilizado pelos assassinos foi encontrado em chamas na mesma noite, um claro sinal de que a impunidade não será tolerada.
As manifestações das autoridades foram rápidas e contundentes. Derrite ressaltou a prioridade na captura dos autores, enquanto o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, ofereceu a ajuda do Gaeco. O cenário é um eco do passado, onde a luta de Ruy contra o crime organizado se justapõe à tragédia de sua morte.
Com quase 40 anos de experiência na Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes era um especialista em operativos contra o PCC. Seu nome já havia sido colocado na lista dos alvos do crime em 2019, quando foi jurado de morte por Marcola, um dos líderes da facção. Conhecido pelo rigor no combate ao tráfico e por sua atuação no desmantelamento de redes criminosas, ele deixa um legado monumental de coragem.
Ruy não só desempenhou papéis fundamentais em diferentes delegacias, mas também educou novas gerações de policiais em criminologia e direito. Ele assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande em janeiro de 2023, anteriormente ocupando posições de destaque e sendo reconhecido como um dos melhores delegados da história da Polícia Civil.
A execução de Ruy Ferraz Fontes simboliza não apenas a fragilidade da segurança pública, mas também uma chama que deve ser mantida acesa. É fundamental que a sociedade esteja engajada na luta contra o crime, defendendo a memória de aqueles que caem na linha de frente.
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