A disputa entre Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro do Itaú, e o banco se transformou em um conturbado capítulo do mundo corporativo. Broedel reivindica R$ 15,4 milhões, alegando que o Itaú deve a ele uma remuneração que nunca foi paga. Essa demanda surge em meio a um processo em que ele é acusado de conflito de interesse e fraude, um enredo que ganhou notoriedade no final de 2024.
No cerne da controvérsia estão as relações empresariais de Broedel, que envolvem a consultoria que ele e o professor Eliseu Martins, da USP, fundaram. O Itaú acusa o ex-diretor de ter se beneficiado da contratação irregular dessa empresa, tendo iniciado a cobrança de R$ 10 milhões referentes a pareceres contábeis fornecidos a ele e a Martins. Contudo, Broedel nega veementemente as acusações, afirmando que esta luta jurídica é impulsionada por um ressentimento após sua decisão de se transferir para o Santander na Espanha — um movimento que, segundo ele, não se concretizou.
Sobre as alegações de fraude, Broedel ataca o banco com um argumento contundente: o Itaú estaria se negando a pagar bônus relacionados a períodos que ele realmente trabalhou. Ele explica que o modelo de remuneração tradicional da instituição incluía 30% em dinheiro e 70% em ações, os quais são distribuídos ao longo de três anos. Além disso, sua defesa aponta que a rescisão de seu contrato ocorreu com o cumprimento de todas as formalidades necessárias, incluindo a dispensa do “garden leave”, um período em que um executivo não pode atuar em empresas concorrentes.
Entretanto, a dimensão financeira é apenas uma parte de sua estratégia de defesa. Broedel sustenta que o Itaú tinha pleno conhecimento da colaboração entre ele e o professor Martins e que a consultoria beneficiou o banco, ajudando a reduzir tributos. Para corroborar sua defesa, ele trouxe à tona comunicações com um ex-diretor da instituição que reconhecia essa relação de trabalho.
Mais controvérsias emergem quando Broedel acusa o Itaú de violar seu sigilo bancário, ao expor informações financeiras em sua acusação. Além disso, ele menciona uma suposta pressão sobre Martins, resultando em um acordo que, segundo a defesa, busca calar as críticas e evitar consequências para os filhos do professor, que também eram sócios na empresa.
O Insper, onde o professor Martins leciona, rapidamente negou qualquer demissão envolvendo ele ou seus filhos, reafirmando seu compromisso com a transparência e a integridade. Por outro lado, o Itaú contestou todas as alegações de Broedel, enfatizando que as ações judiciais são baseadas em fatos comprovados. O banco ressaltou que não tinha conhecimento das relações empresariais entre Broedel e Martins, negando qualquer conotação negativa nas suas ações em relação ao ex-executivo.
Refletindo sobre essa intrigante disputa, o que você pensa sobre a complexidade das relações no meio corporativo? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe suas reflexões sobre esse caso que envolve tanto a ética quanto as relações de poder nas grandes instituições financeiras.