Na noite de segunda-feira, uma cena dramática se desenrolou em Praia Grande, São Paulo: a execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, destacou que a brutalidade do assassinato evidencia características de um “crime de vingança”. Juntamente com outras autoridades, ele esteve presente no velório na Assembleia Legislativa, onde refletiu sobre a gravidade da situação.
As investigações estão sendo conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, que atua em conjunto com a Polícia Civil. “Estamos averiguando se isto está relacionado a ameaças anteriores ou se é um novo capítulo de uma ameaça mais recente”, afirmou o procurador.
A emboscada foi feroz. Câmeras de segurança capturaram Ruy Ferraz dirigindo seu veículo em aparente fuga, até colidir com um ônibus. Em questão de momentos, os assassinos chegaram e dispararam mais de 20 tiros contra ele, que não sobreviveu. Após o crime, uma força-tarefa foi mobilizada, com mais de 100 policiais atuando para encontrar os responsáveis, cujo carro foi encontrado incendiado logo após o ataque.
As rédeas da investigação não excluem a possibilidade de envolvimento de agentes públicos no crime. Ruy, um notável inimigo do PCC, também enfrentava rivalidades dentro da própria polícia, uma dinâmica que torna o caso ainda mais complexo. As autoridades da Secretaria da Segurança Pública indicam que não descartarão nenhuma linha de investigação até que a verdade seja revelada.
Videos do ataque mostraram uma ação organizada, evidenciando o profissionalismo dos executores. Ruy Ferraz, de 64 anos, não era apenas um ex-delegado: ele era uma figura respeitada, com quatro décadas de serviço na Polícia Civil, e havia sido jurado de morte pelo líder do PCC em 2019. Seu histórico inclui formação em Administração Geral e cursos especializados, como Anti-Drogas e Anti-Terrorismo na França.
Desde sua carreira policial, que começou em Taguaí, até sua atuação como secretário de Administração em Praia Grande, Ruy Ferraz se destacou em cargos de liderança contra o crime organizado. Seu trabalho desmantelou operações do PCC, que o via como um dos maiores desafios. Isso culminou em uma série de ataques orquestrados pela facção no passado, evidenciando o impacto de sua coragem em enfrentar o crime.
A importância de Ruy Ferraz na luta contra o PCC é incontestável. Sua morte, um ato covarde, não só choca a população, mas também a comunidade policial, que lamenta a perda de um dos melhores entre eles. “Foi um dos melhores Delegados-Gerais que conheci, executado covardemente”, afirmou Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, ressaltando a determinação de Ferraz em combater o crime organizado.
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