Na capital do Nepal, Katmandu, a tensão e a agitação elevaram-se a um nível sem precedentes nos últimos anos. No dia 8 de outubro, a polícia reagiu com brutalidade a uma onda de protestos contra a corrupção e a decisão do governo de bloquear as redes sociais, resultando em uma tragédia: 19 mortos e centenas de feridos. O eco das bombas de gás lacrimogêneo ainda ressoa, mas o mostrador de insatisfação parece não dar sinais de recuo.
Após essa explosão de violência, o Exército assumiu o controle da capital, impondo um toque de recolher que deverá permanecer até que a calma seja restaurada. Em meio ao caos, escolas, empresas e comércio se mantêm fechados, enquanto tanques patrulham ruas cercadas de carros incendiados e barricadas. Em uma tentativa desesperada de retomar a ordem, o chefe do Estado-Maior, general Ashok Raj Sigdel, aproveitou o momento para se reunir com personalidades e representantes dos jovens manifestantes, a “geração Z”, buscando um diálogo que possa acalmar os ânimos.
A pressão sobre o governo não se limitou apenas às vozes nas ruas. A renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli, um veterano da política nepalesa, marcou um divisor de águas. Ele, que havia governado por quatro mandatos, decidiu deixar seu cargo em busca de soluções políticas para um país mergulhado em descontentamento. A insatisfação com a elite política, amplamente considerada “incompetente” pela juventude, cresceu, impulsionando a ideia de que novos líderes, como a ex-chefe da Suprema Corte, Shushila Karki, ou o inovador prefeito de Katmandu, Balendra Shah, poderiam trazer uma nova esperança.
A magnitude dos distúrbios também alcançou o sistema carcerário, com mais de 13.500 prisioneiros aproveitando o caos para escapar. As repercussões ainda estão se desenrolando, enquanto o aeroporto de Katmandu finalmente reabriu suas portas após uma pausa tensa. O apelo por uma solução pacífica, tanto do presidente Ramchandra Paudel quanto do general Sigdel, reflete a necessidade urgente de restaurar a ordem e a confiança na liderança do país.
Estas manifestações deixaram uma marca indelével na história do Nepal. O povo clama por mudança, por justiça e por um futuro melhor. E você, o que pensa sobre a situação no Nepal? Compartilhe sua opinião nos comentários!