A recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, evidencia uma mudança significativa nas preocupações da população brasileira. As inquietações com a economia, que já foram uma prioridade, agora ocupam a terceira colocação, com apenas 17% dos entrevistados a citando como uma preocupação, ficando atrás da violência (25%) e dos problemas sociais (20%).
Após o anúncio de tarifas de 50% pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros, a percepção de que a economia do país irá piorar nos próximos 12 meses saltou de 30% para 43%. No entanto, o otimismo também oscila: 35% acreditam que a situação vai melhorar — uma queda em relação aos 45% de antes. Curiosamente, a avaliação sobre os últimos 12 meses apresentou uma leve melhora, com a expectativa de piora recuando de 48% para 46%.
Outros dados da pesquisa revelam que 80% da população sente que seu poder de compra diminuiu em relação ao ano passado. A percepção de aumento nos preços dos alimentos nos supermercados caiu de 79% para 76%, enquanto os custos dos combustíveis subiram de 53% para 56%. A preocupação com as contas de água e luz também aumentou, passando de 60% para 62%.
No que tange à taxação, uma tendência forte se delineia: 63% defendem que o governo aumente os impostos sobre os mais ricos para aliviar a carga tributária que pesa sobre os mais pobres. Mencionada por 75% dos entrevistados, a proposta de ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda também revela um consenso robusto. Por outro lado, a retórica de polarização entre ricos e pobres, adotada pelo governo atual, encontrou resistência, com 53% dos entrevistados argumentando que isso acirra divisões sociais.
Sobre as estratégias para alcançar o equilíbrio fiscal, a opinião está dividida: 41% defendem cortes de gastos públicos, enquanto 40% priorizam o aumento da arrecadação. O levantamento, realizado entre os dias 10 e 14 de julho, ouviu 2.004 pessoas em 120 municípios, oferecendo uma visão abrangente das inquietações e expectativas dos brasileiros.
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