18 julho, 2025
sexta-feira, 18 julho, 2025

Expectativas de mercado indicam estabilidade no resultado primário

Compartilhe

Coletiva do Boletim Macrofisca

Recentemente, o Ministério da Fazenda divulgou o Boletim Macrofiscal de julho, onde as expectativas do mercado financeiro apontam para uma relativa estabilidade no resultado primário. Após uma piora em junho, as projeções voltaram a níveis semelhantes aos de maio, com um déficit agora estimado em R$ 72,11 bilhões, representando 0,57% do PIB.

Esse ajuste é significativo, principalmente ao compararmos com o que era previsto no início da série, quando o déficit em julho de 2024 havia sido projetado em R$ 95,34 bilhões — uma diferença de R$ 23,23 bilhões em relação aos números atuais. É crucial mencionar que essas estimativas não incluem o pagamento de precatórios, de R$ 45,32 bilhões, que pode ser considerado na meta fiscal. Se contabilizado, o déficit ajustado ficaria em R$ 26,79 bilhões, abaixo do limite inferior da meta, que é de R$ 31,07 bilhões, sinalizando que a meta fiscal para 2025 deve ser cumprida.

Porém, esse cenário otimista não vem sem suas preocupações. Durante a apresentação do boletim, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou a incerteza gerada pela nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos de setores estratégicos. Atualmente, 12% das exportações brasileiras estão direcionadas a esse mercado, com estados como São Paulo e Espírito Santo constatando uma alta dependência do comércio com os EUA.

Ele alertou que o impacto será desigual entre os setores, principalmente para aqueles que lidam com produtos tecnologicamente avançados. Embora exista a possibilidade de redirecionar as exportações para outros mercados, esse ajuste não acontece de forma imediata ou simples.

O governo ainda está avaliando a situação e não possui um cenário claro para tarifas sobre importações brasileiras. O secretário comentou sobre a possibilidade de retaliação e reiterou a complexidade de trabalhar com essas hipóteses sem informações concretas. Além disso, Mello ponderou sobre o impacto inflacionário que tais tarifas poderiam trazer, embora ainda não tenha como projetar isso de maneira precisa.

É importante observar que, apesar dos riscos, a dependência do Brasil em relação ao mercado norte-americano é significativamente menor hoje do que era há duas décadas, o que pode ajudar a mitigar impactos mais severos no contexto macroeconômico brasileiro.

Quais suas opiniões sobre essas perspectivas econômicas? Deixe seu comentário e participe da discussão!

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Mais para você