Na dramática madrugada do dia 24 de julho, um parto induzido no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) transformou-se em tragédia, culminando na morte de um bebê recém-nascido. A família de Maria Eduarda Batista, de 25 anos, denuncia a equipe médica por negligência, alegando que, mesmo diante de claros sinais de sofrimento fetal, a insistência em um parto normal prevaleceu sobre a necessidade de uma cesariana.
Maria Eduarda, com 40 semanas de gestação, iniciou a indução do parto na tarde de terça-feira, 22 de julho, com comprimidos administrados a cada quatro horas. Na manhã seguinte, as contrações se intensificaram, mas, apesar do sofrimento e da dor excruciante, as solicitações por uma cesariana foram continuamente ignoradas. “Passei a quarta-feira inteira sentindo muita dor, sem conseguir comer. Pedia cesariana o tempo todo, mas diziam que o parto normal era assim mesmo”, desabafou Maria Eduarda.
“Passei a quarta-feira inteira sentindo muita dor, sem conseguir comer. Pedia cesariana o tempo todo, mas diziam que parto normal era assim mesmo, demorado, e que tudo estava nos conformes”, contou Maria Eduarda.
O sofrimento físico foi tão extremo que, em determinado momento, Maria desmaiou. A mãe da gestante tentou alertar os enfermeiros sobre o estado crítico da filha, mas a orientação foi de que ela deveria permanecer na cama. O trabalho de parto se estendeu por mais de 24 horas, e, por volta das 22h de quarta-feira, o bebê nasceu em parada cardiorrespiratória, sem sinais de vida. Após uma desesperadora tentativa de reanimação que durou 35 minutos, o recém-nascido recuperou brevemente os batimentos cardíacos, mas seu estado se deteriorou rapidamente.
Paralelamente, a família tentava a transferência de Maria Eduarda para um hospital particular, angustiada pela falta de progresso no parto. No entanto, a equipe do HRC vetou a solicitação, alegando que o trabalho de parto já estava em andamento. Após a morte do bebê, um laudo de necropsia afirmou que a causa do falecimento foi asfixia resultante de um parto vaginal prolongado, com complicações sérias como a distócia de ombro.
A equipe de pediatria fez o possível, mas mesmo com manobras de reanimação, o quadro do recém-nascido se agravou, culminando em sua irreversível morte. Para agravar a situação, Maria Eduarda se viu em um quarto compartilhado com outras mães e seus bebês, poucas horas após perder seu filho, um momento de dor insuportável.
Diante dessa tragédia, a família apresentou um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), acusando a equipe do HRC de negligência. Em resposta, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal emitiu uma nota, afirmando que a paciente foi devidamente acompanhada e que o protocolo de indução seguido estava de acordo com as orientações clínicas. Contudo, a secretaria também lamentou o trágico desfecho e confirmou que o caso será minuciosamente investigado para esclarecer as circunstâncias que levaram à morte do bebê.
Este é um relato que suscita reflexões profundas sobre os cuidados médicos em momentos tão críticos. A sua opinião é importante para nós. O que você pensa sobre este caso? Compartilhe suas ideias e sentimentos nos comentários.