O senador Sérgio Moro, integrante da União, se manifestou após ser mencionado em um pedido da Polícia Federal ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. A solicitação busca o compartilhamento das investigações sobre a polêmica dos descontos abusivos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os nomes de Moro, que foi ministro da Justiça durante a administração de Jair Bolsonaro, assim como Onyx Lorenzoni e Fausto Pinato, também foram citados nas investigações em meio a um esquema que envolve descontos indevidos sobre aposentadorias.
Diante do ofício da PF, Toffoli decidiu compartilhar inquéritos relacionados à Operação Sem Desconto, que investiga as fraudes milionárias no INSS, reveladas pelo Metrópoles. Moro, por sua vez, alegou que a inclusãodo seu nome é uma tentativa de desviar a responsabilidade do governo Lula pelo escândalo. “As investigações indicam que o crime ocorreu dentro do Ministério da Previdência e no próprio INSS”, afirmou.
O senador reforçou que durante sua gestão no Ministério da Justiça não houve qualquer relação com associações ou descontos em pagamentos de aposentadorias. Além disso, ele comentou que o pedido de inclusão de seu nome partiu de um delegado que não está vinculado à operação em andamento. “É uma manobra para desviar a atenção”, disse Moro, sublinhando que Toffoli não encontrou relação entre ele e as fraudes investigadas.
Onyx Lorenzoni e Fausto Pinato, mencionados também na investigação, estariam ligados a Felipe Macedo Gomes, que presidiu a Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB). Este órgão é um dos implicados no esquema que retirava mensalidades do INSS sem consentimento dos aposentados. Segundo relatos, Macedo doou R$ 60 mil à campanha de Onyx em 2022, um dado que teve relevância na investigação.
Enquanto Onyx sustenta que não tem nenhum contato com Macedo, Pinato destacou que este alugava um espaço onde hoje funciona seu escritório político. Assim, o contexto de sua menção nas investigações permanece obscuro, mas o deputado se defende, afirmando que não esteve envolvido em atividades irregulares.
O delegado Rafael Dantas, responsável por um inquérito relatado por Toffoli, lançou conexões entre as declarações de Rodrigo Tacla Duran, advogado investigado, e possíveis desvios no INSS. Dantas requisitou que diversos inquéritos fossem reunidos por Toffoli, embora não faça parte do grupo que investiga as fraudes. Isso levanta mais dúvidas sobre a real implicação de Moro e demais figuras políticas nas irregularidades.
Desde sua exposição pelo Metrópoles em dezembro de 2023, o escândalo do INSS ganhou contornos maiores. Em apenas um ano, a arrecadação das entidades beneficiadas por descontos abusivos subiu para R$ 2 bilhões, mesmo com as fraudes sendo alvo de investigações. A repercussão levou à abertura de inquérito pela Polícia Federal e à ação da Controladoria-Geral da União, culminando na operação que resultou em demissões de altos cargos no governo.
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