A febre do morango do amor transformou-se em uma verdadeira sensação no Rio Grande do Sul, refletindo diretamente nos mercados e expondo os desafios enfrentados pela agricultura familiar. Com a crescente popularidade desse doce, a demanda disparou, enquanto a oferta não conseguiu acompanhar. Este cenário é particularmente visível no município de Bom Princípio, a apenas 76 km de Porto Alegre, onde a produção local gira em torno da agricultura familiar.
A safra de 2025, estimada em 1.000 toneladas, apresenta uma queda em relação às 1.100 toneladas do ano passado. Essa redução não é apenas numérica; ela revela um problema mais profundo: a escassez de mão de obra. Atualmente, cerca de 60 famílias de agricultores sustentam quase toda a produção de morango na cidade, onde 95% da colheita é realizada em estufas semi-hidropônicas, mas ainda assim, a colheita permanece 100% manual.
A automação é uma realidade distante para essas pequenas propriedades, tornando a produção dependente de trabalhadores que, infelizmente, estão em falta. Além disso, a dificuldade de sucessão rural se agrava, colocando em evidência os desafios enfrentados por municípios pequenos como Bom Princípio, cuja população é de apenas 13 mil habitantes.
Surpreendidos pelo sucesso do “morango do amor”, que atinge seu auge fora da época tradicional de colheita, em setembro, os produtores se esforçam para suprir o mercado em ascensão. Mesmo com a quebra na safra, a cidade se prepara para um aumento no turismo, esperando atrair mais de 180 mil visitantes para sua festa anual, impulsionada pela fama deste doce icônico.
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