18 agosto, 2025
segunda-feira, 18 agosto, 2025

FGV: com juro alto, economia desacelera e cresce 0,5% no 2º trimestre

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A economia brasileira registrou um crescimento de 0,5% entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, sinalizando uma desaceleração em comparação ao avanço de 1,3% observado no período anterior. Estes dados compõem o Monitor do Produto Interno Bruto (PIB), uma análise mensal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgada no Rio de Janeiro.

Entre maio e junho, a FGV também apontou uma expansão de 0,5%, com números dessazonalizados que consideram as flutuações típicas do ano. O levantamento mostrou um crescimento de 2,4% no segundo trimestre de 2024, e uma elevação de 3,2% no acumulado dos últimos 12 meses, levando a FGV a estimar o PIB do primeiro semestre em R$ 6,109 trilhões.

A economista Juliana Trece, do Ibre, destacou que o desempenho do segundo trimestre foi impulsionado principalmente pelos setores de serviços e industrial. No setor de serviços, o crescimento foi disseminado na maioria das áreas, enquanto na indústria, a força foi concentrada na atividade extrativa, o que indica uma fragilidade em seu desempenho geral.

Entretanto, essa desaceleração pode ser atribuída à ausência da contribuição robusta da agropecuária e ao impacto defasado do alto nível de juros na economia. Apesar de o consumo das famílias ter crescido, é notável a tendência de queda desde o final de 2024, com uma diminuição nas taxas de crescimento comparadas aos anos anteriores.

A escalada da taxa Selic, que partiu de 10,5% ao ano em setembro do ano passado e alcançou 15%, é um dos fatores principais por trás desse cenário. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central determina a Selic a cada 45 dias, buscando controlar a inflação, cujo índice, desde setembro de 2024, excede o teto da meta do governo.

O aumento da taxa de juros exerce um efeito contracionista, tornando empréstimos mais caros e desestimulando investimentos. Isso gera um efeito em cadeia na economia, resultando em menos atividades e, consequentemente, menor emprego e renda. O impacto da Selic sobre a inflação leva de seis a nove meses para se manifestar, o que coincide com os dados mais recentes do Monitor do PIB.

O Monitor do PIB é um termômetro importante da economia brasileira, e seus resultados são complementados por outros estudos como o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que também registrou uma expansão de 0,3% entre os trimestres. O resultado oficial do PIB, por sua vez, é divulgado trimestralmente pelo IBGE, com a próxima atualização marcada para o dia 2 de setembro.

Quais as suas opiniões sobre esses dados? Como você acredita que as altas taxas de juros impactam o seu dia a dia? Comente abaixo e compartilhe suas perspectivas!

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