FIMOSE X HIV
Estudos mostram que a circuncisão reduz significativamente o risco de contaminação pelo HIV em homens

A circuncisão médica masculina pode reduzir em cerca de 60% o risco de infecção pelo HIV, apontam estudos –
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Pesquisas em várias nações, especialmente na África Oriental e Meridional, revelam que a circuncisão médica masculina pode reduzir em aproximadamente 60% o risco de infecção pelo HIV durante relações sexuais entre homens heterossexuais. Essa conclusão se baseia em três grandes ensaios clínicos randomizados realizados em Uganda, Quênia e África do Sul, que envolveram mais de 11 mil homens, com resultados publicados entre 2004 e 2007.
O estudo conduzido em Uganda, entre 2002 e 2005, com 4.898 participantes, revelou uma redução de 53% no risco de infecção pelo HIV, conforme publicado no New England Journal of Medicine. Já no Quênia, entre 2002 e 2006, mais de 3.300 homens participaram de uma pesquisa que demonstrou uma surpreendente redução de 73% no risco de contaminação, conforme relatado na revista The Lancet.
Na África do Sul, um estudo realizado de 2002 a 2006, com 3.274 homens na região de Orange Farm, mostrou uma redução de 60% no risco de infecção, conforme divulgado por Auvert et al. em 2004. Esses resultados foram cruciais para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a UNAIDS recomendassem a circuncisão médica masculina como uma importante estratégia de prevenção ao HIV.
Em uma entrevista ao Portal A TARDE, o urologista Lucas Batista ressaltou que a remoção do prepúcio diminui a exposição da mucosa a agentes infecciosos. “A pessoa que remove o prepúcio tende a ter menor risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis, já que essa parte interna é também mucosa”, explicou o especialista. Essa proteção se mostra eficaz especialmente contra infecções virais, como o HIV.
Em julho de 2011, a UNAIDS elogiou os novos achados, afirmando que “a ampliação da circuncisão masculina em adultos funciona para prevenir o HIV em homens”. O estudo de Orange Farm demonstrou uma queda de 55% na prevalência do HIV entre homens circuncidados, reforçando o impacto positivo dessa prática em nível comunitário.
Com aproximadamente 20 mil procedimentos de circuncisão realizados ao longo de três anos, a proporção de homens circuncidados na faixa etária de 15 a 49 anos subiu de 16% para 50%. Para os jovens de 15 a 24 anos, esse índice alcançou impressionantes 59%. Vale ressaltar que, conforme as pesquisas comunitárias, não houve mudanças significativas no comportamento sexual da população durante esse período.
Esses resultados não apenas destacam a importância da circuncisão como uma ferramenta de saúde pública, mas também abrem espaço para discussões sobre a educação e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Como você vê essa questão? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!