3 novembro, 2025
segunda-feira, 3 novembro, 2025

Fome se alastra no Sudão e agrava maior crise humanitária do mundo

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O Sudão do Sul, amargado por uma guerra civil que já dura mais de 18 meses, enfrenta uma crise humanitária que a ONU descreve como a maior do mundo. No centro desse cenário desolador, milhões de cidadãos padecem sob o impacto devastador dos conflitos entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF). As informações são alarmantes: a fome atinge milhões, especialmente em Darfur, onde a escassez de recursos e o cerco militar dificultam qualquer ajuda.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA), cerca de 26 milhões de sudaneses encaram uma insegurança alimentar severa, e quase 5 milhões se encontram à beira da fome extrema. Na última semana, um episódio trágico marcou essa realidade. Rebeldes do Sudão perpetraram um ataque chocante, resultando na morte de mais de 460 civis em um hospital durante a tomada de El-Fasher, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Esse massacre ocorreu na Maternidade Saudita de El-Fasher, a última grande unidade médica em funcionamento na região de Darfur ainda não dominada pelos RSF. O bloqueio de estradas, juntamente com a destruição de armazéns e saques a comboios humanitários, tornou quase impossível o envio de alimentos. Assim, a cidade de El-Fasher, que era controlada pelo Exército, passou para as mãos de forças paramilitares, exacerbando a miséria da população civil.

“Estamos testemunhando comunidades inteiras morrerem de fome diante de nossos olhos. A resposta internacional está muito aquém do necessário”, declarou Cindy McCain, diretora-executiva do PMA, em um comunicado recente. Esta declaração ecoa o desespero de uma nação em colapso.

A situação no Sudão é reflexo de um impasse de poder entre o Exército, sob o comando de Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, o Hemedti. O conflito se intensificou após disputas pelo poder desencadeadas por um golpe militar em 2021, com consequências devastadoras que já resultaram na morte de mais de 15 mil pessoas e ameaçam desestabilizar toda a região do Chifre da África.

Darfur, rica em jazidas de ouro controladas em grande parte pelas RSF, se torna um ponto focal nesse combate. Investigações revelam que o ouro é contrabandeado para mercados no Oriente Médio, e o governo sudanês acusa a facção de utilizá-lo como moeda de guerra, trocando-o por armas e combustível.

Desde o início do conflito, mais de 10 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas, transformando o Sudão na maior crise de deslocamento interno do mundo. Campos de refugiados abarrotados nas fronteiras com o Chade, Sudão do Sul e Egito carecem de água, abrigo e medicamentos. Relatórios da Anistia Internacional e da Human Rights Watch expõem atrocidades, incluindo massacres étnicos e execuções sumárias em Darfur, especialmente contra comunidades Masalit.

A situação atual clama por uma resposta mais efetiva da comunidade internacional. O que você acha que deve ser feito para ajudar essa nação em crise? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe essa mensagem para aumentar a conscientização sobre essa tragédia que precisa de nosso olhar atento.

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