
As recentes avaliações da inteligência dos Estados Unidos revelam um contraste marcante com as declarações do presidente Donald Trump. Em um discurso, Trump afirmou que os ataques aéreos contra o Irã “obliteraram completamente” suas instalações nucleares. No entanto, informações extraídas pelo The New York Times e pela CNN Internacional sugerem uma realidade bem diferente.
Na segunda-feira, 23 de junho, Trump celebrou os resultados dos bombardeios, destacando que grandes danos haviam sido infligidos a três instalações nucleares. “O que foi feito é uma verdadeira obliteração”, disse ele, referindo-se à estrutura subterrânea, que acredita estar completamente protegida dos ataques.
Contrariando essa narrativa, relatórios da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) indicam que os ataques causaram prejuízos significativos, mas não eliminaram as instalações essenciais do programa nuclear iraniano. A expectativa é de que, embora o progresso possa ter sido atrasado, a produção de uma bomba nuclear poderia levar menos de seis meses, em vez dos três meses estipulados anteriormente.

O The New York Times acrescentou que os ataques conseguiram selar as entradas das instalações de Fordow e Natanz, mas não resultaram em colapsos significativos em seu interior. Além disso, fontes de inteligência sugerem que o Irã pode ter movido grande parte do seu urânio enriquecido para locais não visados, enquanto as centrífugas permanecem intactas.
Trump e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, continuam a afirmar que as instalações foram totalmente destruídas. No entanto, o general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto, alertou que é prematuro avaliar o impacto real dos ataques, que tinham o objetivo de causar danos severos, mas não necessariamente eliminar a infraestrutura nuclear.
A Casa Branca disparou contra os relatórios, atribuindo a divulgação a “vazamentos” que visam desmerecer as ações de Trump. A porta-voz Karoline Leavitt sustentou que as bombas utilizadas causaram destruição total, descreditando a análise da DIA como enganosa e baseada em informações privilegiadas.
Em meio a essa turbulência, avaliações israelenses confirmam que os danos em Fordow foram menores do que o esperado, mas acreditam que a colaboração entre os Estados Unidos e Israel pode atrasar o programa iraniano em até dois anos, a menos que o Irã reconstrua as instalações. Israel, que prometeu agir para impedir essa reconstrução, agora também enfrenta a necessidade de focar suas operações em Gaza.
O chefe das forças armadas de Israel, Eyal Zamir, declarou que, apesar das vitórias obtidas, o país precisa manter sua vigilância. Após um cessar-fogo com o Irã, Zamir afirmou que é hora de se concentrar em Gaza, reforçando que muitos desafios ainda estão por vir e é necessário agir firmemente contra o Hamas.
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