23 outubro, 2025
quinta-feira, 23 outubro, 2025

Fóssil pré-histórico mostra elo entre humanos e chimpanzés

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Recentemente, um estudo publicado na revista Communications Biology revisitou a história da nossa evolução ao analisar o tornozelo de um antigo hominídeo, o Ardipithecus ramidus, ou simplesmente “Ardi”. Vivendo na Etiópia há impressionantes 4,4 milhões de anos, Ardi não apenas nos surpreendeu ao revelar que poderia andar ereto, mas também demonstrou habilidades surpreendentes para subir em árvores, mesclando características humanas e de chimpanzés.

Essa descoberta sugere uma fase crítica na evolução humana, desafiando a antiga crença de que nossos ancestrais habitavam apenas as copas das árvores. A análise do tornozelo de Ardi indica que ele se sentia à vontade tanto no solo quanto nos galhos, muito parecido com o comportamento dos chimpanzés modernos. Um verdadeiro elo entre o passado primitivo e a nossa realidade atual.

Em resumo:

  • O fóssil de 4,4 milhões de anos indicou habilidades mistas de locomoção.
  • Batizado de Ardi, este hominídeo podia caminhar ereto e também escalar facilmente.
  • A análise comparativa do tálus se deu com dezenas de primatas antigos, revelando semelhanças surpreendentes.
  • O tornozelo exibe traços de chimpanzés, mas também indica os primórdios do bipedalismo.
  • As evidências reforçam a hipótese de um ancestral comum entre humanos e macacos africanos.
Modelos 3D do osso do tornozelo mostram a transição entre humanos e grandes macacos, com características intermediárias exploradas. Crédito: Prang, TC, Tocheri, MW, Patel, BA et al.

Desde a sua descoberta em 1994, Ardi tornou-se um tema de intenso debate científico. Para entender melhor seu modo de locomoção, pesquisadores examinaram o osso do tornozelo, conhecido como tálus, em comparação a outros primatas ao longo de 40 milhões de anos de história evolutiva. O resultado? A estrutura do tornozelo de Ardi é quase idêntica à dos macacos africanos atuais, como chimpanzés e gorilas, sugerindo que ele podia escalar árvores e andar sobre quatro patas com grande destreza.

Entretanto, a pesquisa também revelou traços que indicam a transição para o bipedalismo. De acordo com o antropólogo Thomas “Cody” Prang, Ardi “andava ereto, mas mantinha um pé adaptado para agarrar galhos”. Essa característica demonstra que ele estava em um caminho de evolução entre a vida das arvores e a do solo.

Os resultados recalibram nosso entendimento, desafiando ideias prévias que descreviam Ardi como muito distante dos macacos africanos. Agora, fica evidente que os ancestrais humanos compartilham mais semelhanças com chimpanzés do que se pensava, fortalecendo a teoria de uma ancestralidade comum mais recente do que estudos anteriores sugeriam.

Exposição do Ardipithecus no Museu Nacional da Etiópia, reforçando a sua importância na história evolutiva. Crédito: Sailko/Wikipedia

Em outro enredo da evolução, a descoberta do orangotango-de-Tapanuli (Pongo tapanuliensis) em 2017 trouxe uma misto de celebração e preocupação. Reconhecido como o mais novo grande primata, ele também emergiu como o mais ameaçado de extinção. Hoje, estimativas apontam para menos de 800 indivíduos vivendo livremente, confinados a um ecossistema em rápida degradação. A destruição do habitat tem sido catalisada por plantações e empreendimentos industriais, levando a um preocupante declínio populacional.

Essas histórias de Ardi e do orangotango-de-Tapanuli revelam não apenas a complexidade da evolução, mas também os desafios enfrentados por nossas espécies mais próximas. O que você pensa sobre essas descobertas marcantes da evolução? Deixe seu comentário e junte-se à conversa!

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