A ministra francesa da Agricultura, Annie Genevard, expressou veemente descontentamento em relação à Comissão Europeia, acusando-a de tentar “impor” um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, que inclui Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Diante de um cenário de incertezas, Genevard destacou a falta de envolvimento dos Estados e agricultores nas negociações, o que, segundo ela, se torna motivo de grande preocupação para a França e outros países da UE.
O acordo prevê que a Europa possa intensificar suas exportações de produtos como carros, máquinas e bebidas destiladas, ao mesmo tempo que facilitaria a entrada de carne, açúcar, arroz, mel e soja da América do Sul. Genevard, acompanhada pelo ministro polonês Czesław Siekierski, enfatizou o apoio que têm recebido de países como Hungria, Áustria e Itália, que compartilham suas inquietações. No entanto, a ministra ressaltou que a possibilidade de bloquear o tratado não está garantida, uma vez que alguns Estados membros não se mostraram decididos em suas ações.
A preocupação se intensifica à medida que a Comissão Europeia se prepara para votar a proposta de assinatura até o final de junho. Genevard não hesitou em fazer um alerta: “Se a Comissão se aventurar a passar rapidamente, encontrá-la-á em nosso caminho”, insinuando que essa situação poderia levar os agricultores às ruas. A ministra também questionou a lógica de uma decisão se a maioria não estiver a favor.
Os desafios não param por aí. A Política Agrícola Comum (PAC) também se encontra em risco, sob a ameaça de cortes orçamentários e propostas que visam renacionalizar fundos. Genevard manifestou sua indignação quanto à fusão de recursos da PAC com outros setores, o que, segundo ela, representa um verdadeiro perigo. Ela propôs uma “cláusula automática” que estabeleceria limites máximos de resíduos de pesticidas em produtos importados, mas não especificou os prazos ou como essa medida poderia ser implementada.
Esse embate complexo entre os interesses agrícolas da Europa e as exigências do comércio internacional revela um momento decisivo para as políticas agrícolas e a segurança alimentar na região. Qual será o futuro do acordo entre a UE e o Mercosul? O que você pensa sobre a posição da França nesse cenário? Deixe sua opinião nos comentários!