5 setembro, 2025
sexta-feira, 5 setembro, 2025

Funcionários denunciam assédio em loja do Carrefour; MPT aciona Justiça

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O grupo Carrefour voltou a ser alvo de denúncias graves na Bahia. O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com uma ação civil pública contra a varejista, após relatos de assédio sexual em uma loja localizada em Itabuna, no sul do estado.

As denúncias

De acordo com o MPT, um gerente é acusado de praticar uma série de abusos contra funcionárias e funcionários: comentários sobre o corpo, propostas de vantagens em troca de favores sexuais, toques inapropriados, perseguições dentro da loja e até o envio de mensagens constrangedoras pelas redes sociais. Há registros de que homens também foram vítimas, sendo alvos de palavras de baixo calão e até de toques em partes íntimas.

Omissão da empresa

As investigações tiveram início no ano passado. Mesmo diante das provas apresentadas, o Carrefour se recusou a assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), limitando-se à demissão do gerente acusado. Nenhuma ação efetiva foi implementada para acolher as vítimas ou para prevenir novos casos.

Os depoimentos revelam ainda que a rede não oferecia treinamentos adequados sobre assédio sexual, não possuía um canal de denúncia eficiente e chegou a punir funcionárias após a repercussão interna. Para o MPT, a postura da empresa configurou tentativa de silenciamento das vítimas.

Ação do MPT

A procuradora Carolina Novais, responsável pelo caso, ajuizou a ação na 3ª Vara do Trabalho de Itabuna. O MPT pede a condenação do Carrefour ao pagamento de R$ 20 milhões em danos morais coletivos, além da implementação de um programa nacional de combate ao assédio sexual em todas as lojas da rede.

“A diretoria, ciente das denúncias, não corrigiu suas práticas ilegais. Após a demissão do assediador, passou a perseguir e punir funcionárias”, destacou a procuradora.

O processo corre em segredo de justiça, para garantir a proteção de vítimas e testemunhas. Até o momento, o Carrefour não apresentou posicionamento oficial.

EM NOTA

A rede informa que ainda não teve o acesso ao procedimento administrativo e, quanto ao processo judicial, a empresa ainda não foi citada. Além disso, esse é um caso que está sob segredo de justiça, o que impede qualquer pronunciamento sobre o processo neste momento.

A companhia salienta que repudia veementemente qualquer ato ou comportamento inadequado e reforça que possui um canal de denúncia para reportar qualquer violação ou suspeita de irregularidade ou desconformidade com os princípios da companhia. Além disso, o Grupo investe constantemente em treinamentos preventivos e aplica medidas disciplinares rigorosas sempre que condutas impróprias são identificadas, como o treinamento contra assédio moral e sexual, voltado à prevenção de assédio em todas as suas formas, com foco na conscientização, prevenção e rechaço de qualquer comportamento inadequado. A companhia também mantém processos estruturados de apoio e acolhimento às vítimas, garantindo assistência adequada a quem se sentir vítima de conduta imprópria.

A empresa reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente de trabalho seguro, inclusivo e respeitoso para todos os seus mais de 130 mil colaboradores em todo o Brasil.

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