27 agosto, 2025
quarta-feira, 27 agosto, 2025

Galípolo diz que juros seguirão altos por período prolongado para conter inflação

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Galípolo diz que juros seguirão altos por período prolongado para conter inflação


Imagem sobre juros e inflação

Em um discurso incisivo durante a abertura do 33º Congresso e Expo Fenabrave em São Paulo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, deixou claro que a Selic permanecerá em 15% ao ano por um período prolongado. Ele destacou que embora a inflação esteja em um caminho de convergência para a meta, esse processo é lento, exigindo a manutenção de uma política monetária restritiva.

Galípolo frisou que a inflação fechou 2024 em 4,8%, ultrapassando a meta de 3% e o limite de tolerância de 4,5%. Como resultado, enviou uma carta ao Ministério da Fazenda para justificar o descumprimento da meta. Ele também comentou sobre a nova necessidade de comunicação com o governo quando a inflação supera os limites estabelecidos por seis meses consecutivos. “Se aceitarmos a margem de tolerância, passamos a mensagem de que não perseguimos o objetivo principal, corre-se o risco de o mercado incorporar isso nos preços, elevando ainda mais a inflação”, alertou.

Em sua análise, Galípolo ressaltou que a eficácia da política monetária está intrinsecamente ligada ao comportamento da inflação. “Se os preços aceleram, a taxa de juros real cai, e a política perde força”, explicou. Apesar das taxas elevadas, ele elogiou a resiliência da economia brasileira, sustentada por um mercado de trabalho robusto e uma política fiscal eficaz, com o desemprego no menor nível da história, em 5,8%, e a renda alcançando máximos históricos.

Outro aspecto relevante da fala de Galípolo foi a dificuldade em comunicar aos investidores estrangeiros a capacidade do Brasil de crescer de forma consistente em meio a juros altos. Ele atribuiu isso a programas sociais mais abrangentes e mudanças na política fiscal que aumentaram a renda disponível, impulsionando o consumo e surpreendendo as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos.

Por último, o presidente do BC enfatizou a necessidade de cautela nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). Para ele, as reações não podem ser imediatas a indicadores pontuais, como a deflação observada no IPCA-15 de agosto. É preciso focar em tendências mais sólidas antes de considerar eventuais cortes na taxa de juros.

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