5 outubro, 2025
domingo, 5 outubro, 2025

“Ganância desmedida”, diz PF sobre esquema de mineração em MG

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O suposto esquema de corrupção na área de mineração em Minas Gerais foi definido pela Polícia Federal (PF) na operação Rejeito como uma “ganância desmedida”. Os fatos relacionados ao Licenciamento Corretivo ligado a projetos do grupo investigado, diz a corporação, é de “causar repulsa”.

“Fica patente a ganância desmedida do grupo, que age com absoluto desprezo pelas leis, pela ética e pelos princípios mais elementares de responsabilidade pública e ambiental”, afirma a corporação em relatório sobre o caso.

A investigação ocorre no âmbito da operação Rejeito, deflagrada em 17 de setembro contra uma organização criminosa especializada em crimes ambientais e corrupção de servidores que teria lucrado cerca de R$ 1,5 bilhão.

Segundo as apurações, o grupo teria corrompido servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração para obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas.

Essas autorizações eram utilizadas para explorar irregularmente minério de ferro em larga escala, incluindo locais tombados e próximos a áreas de preservação. Segundo a PF, a s atividades teriam graves consequências ambientais e elevado risco de desastres sociais e humanos.

PF durante operação Rejeito na manhã de quarta-feira (17/9)
PF durante operação Rejeito na manhã de quarta-feira (17/9)

“A organização criminosa teria atuado para neutralizar a ação do Estado, dificultando as investigações e monitorando autoridades. Além disso, utilizou diversos artifícios para lavar o dinheiro obtido com as práticas ilícitas”, afirma a PF.

Segundo a corporação, as apurações demonstraram indícios de que a organização criminosa tinha confiança de que ficaria impune com os crimes, fator que influenciava diretamente na práticas dos crimes.

“A organização criminosa demonstra confiança extrema na impunidade e manifesta profundo desrespeito aos órgãos de controle, operando sob a convicção de que decisões favoráveis aos seus interesses podem ser compradas. É essa certeza que os impulsiona a levar adiante projetos de proporções inimagináveis”, diz a PF.

Os investigados poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da união, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraçamento à investigação de organização criminosa.

A Rejeito foi uma de três operações deflagradas para combater crimes ambientais. No mesmo dia, outras duas operações concomitantes foram realizadas pelos agentes.

Como mostrou a coluna, o início das investigações que levaram a PF a deflagrar o trio de operações começou com a identificação de irregularidades em licença ambiental em uma mineração na Serra do Curral, em Minas Gerais (MG).

Elas resultaram na prisão de diversos investigados, como o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho, e o ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira. Como mostrou a coluna, o delegado receberia cerca de R$ 27 milhões por um esquema no setor de mineração.

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