
Durante mais de um ano, uma sombra se projetou sobre a Casa do Vovô, um lar que abriga idosos em Vicente Pires. Priscilla dos Santos Zampier, a ex-gerente administrativa, traiu a confiança depositada em suas mãos, desviando milhares de reais das contas da instituição. Com esses recursos, ela se permitiu gastos pessoais, que iam desde pagamentos a advogados até investimentos em tratamentos estéticos e “consultas espirituais”.
Os desvios ocorreram entre maio de 2022 e outubro de 2023, período em que Priscilla controlava a movimentação financeira do lar. Suspeitas começaram a surgir quando pagamentos importantes deixaram de ser feitos. Isso levou os responsáveis da instituição a questionarem Priscilla, que, ao se ver acuada, apresentou informações confusas e pediu demissão, sem devolver os valores que sumiram.
Inicialmente, Priscilla tinha acesso às contas apenas durante o expediente, mas, após um sequestro de bens pela Justiça, recebeu a permissão para usar sua conta pessoal para receber as mensalidades dos idosos. Essa confiança, que deveria ser um símbolo de responsabilidade, foi cruelmente distorcida em benefício próprio.
Onde foi parar o dinheiro?
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou Priscilla por furto qualificado em 78 ocasiões. Contudo, o juiz reconheceu provas apenas para 18 delas. As investigações revelaram que, entre outros gastos, Priscilla pagou R$ 11.300 a um pai de santo para realizar um trabalho espiritual relacionado a uma amarração do amor. As conversas trocadas entre eles chamaram a atenção dos promotores.

A defesa de Priscilla argumentou que, apesar de seus rituais espirituais, a acusada se identificava como cristã, destacando, assim, o sincretismo religioso comum no Brasil.
Outro destino do dinheiro foi uma clínica de estética em Goiânia, onde Priscilla gastou R$ 9.700. Documentos apresentados à Justiça incluíram diálogos com a proprietária da clínica e imagens que comprovaram complicações decorrentes de procedimentos estéticos pagos com recursos da Casa do Vovô.
As consequências legais
O juiz observou que os crimes cometidos por Priscilla indicavam um planejamento e uma inteligência organizacional por parte da gerente. Ao ser judicialmente condenada a uma pena de 3 anos e 4 meses em regime aberto, a sentença incluiu restrições aos seus direitos e a obrigação de devolver R$ 29 mil à instituição que ela traiu.
Esta história nos ensina a importância da transparência e da responsabilidade em instituições que dependem da confiança de seus colaboradores. E você, o que pensa sobre como prevenir tais situações? Compartilhe suas ideias nos comentários!