O governador da Califórnia, Gavin Newsom, decidiu levar a batalha para os tribunais, apresentando uma ação de US$ 787 milhões contra a Fox News, em um movimento audacioso que ecoa em todo o cenário político. A acusação? Uma distorção clara de um telefonema entre ele e o presidente Donald Trump, que ocorreu recentemente. “Chega de mentiras”, exclamou Newsom em sua conta no X, expressando sua indignação diante da situação.
A ação, protocolada em um tribunal de Delaware, sede da emissora, afirma categoricamente que, durante a conversa entre Newsom e Trump no início de junho, o governador não abordou os protestos que estavam fervendo em Los Angeles, ligados às políticas migratórias de Washington. A repercussão desses eventos se intensificou quando, dias depois, Trump anunciou o envio da Guarda Nacional para a cidade.
Em uma coletiva na Casa Branca, o presidente mencionou ter falado com Newsom “há um dia”, algo que o governador rapidamente desmentiu nas redes sociais. A Fox News, através de seu apresentador Jesse Watters, defendeu a veracidade das declarações de Trump, acusando Newsom de mentir. Outro jornalista da emissora, John Roberts, tentou corroborar essa posição ao apresentar um registro de chamadas como evidência, mas o timing do telefonema levantou dúvidas. “Um telefonema em 7 de junho não pode ser ‘há um dia’ em 10 de junho”, argumentaram os advogados de Newsom.
A ação judicial argumenta que a Fox News agiu com intenção maliciosa. “Em vez de relatar os fatos, a emissora optou por difamar o governador, rotulando-o de mentiroso”, expõe a petição. Newsom quer mais do que uma compensação significativa; ele busca impedir que a Fox continue disseminando informações falsas sobre a conversa. Ele compara sua situação com o recente acordo feito pela Fox com a Dominion Voting Systems, que resultou em um pagamento exorbitante para resolver alegações de difamação sobre o uso de suas máquinas nas eleições de 2020.
Se a Fox News reconhecer seu erro e emitir um pedido público de desculpas, a equipe jurídica de Newsom está disposta a retirar a ação. Entretanto, a emissora não se mostra intimidada e qualifica o processo como uma “manobra publicitária”, alegando que a ação é leviana e uma tentativa de cercear a liberdade de expressão. No entanto, o que se desenrola é uma batalha que promete reverberar além das paredes do tribunal, tocando em questões cruciais sobre a integridade das informações disseminadas ao público.
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